segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Ônibus

Da série: "Ônibus que não odiamos"...

Parte 1: percurso





            Há 2 semanas deixei o carro em casa novamente. Passei a ir trabalhar nas duas escolas de ônibus e, por diversas razões, minha vida virou o inferno.
             Levo 90 minutos de manhã para chegar, e 3 horas para voltar pra casa. Contando com o percurso do meio dia (da escola particular para a pública, da manhã para a tarde) com + 35 minutos, soma-se o total de mais de 4 horas dentro de um ônibus por dia. Terrível é viver assim.
             Mas apenas a demora no ir e vir não é bastante para causar um sofrimento digno de pena, tem mais, tem sempre mais.
             Choca-me a parcimônia e o jeito abobado do povo, que não reclama e não se importa; parece acomodado ao caos (sic!), parece conformado com o próprio destino. Ouvi por diversas vezes senhores e senhoras rindo-se ante o aperto dos ônibus, dependurados na porta, dizendo frases do tipo "vida de pobre é assim mesmo", "fazer o quê?", "ruim assim, pior sem isso". Além de muitas outras bizarrices.
             Discordo da ideia de que o povo não tem discernimento sobre sua própria força e poder, entretanto, parece-me que a maioria vive sob a influência maléfica de um doping pesado... ninguém pode sofrer tanto e com tanta mansidão.
             No Terminal de ônibus de Santo Amaro (zona sul de São Paulo), por exemplo, é preciso esperar por 50 minutos para conseguir apenas entrar num ônibus, e mais 1 hora e meia até chegar em casa. O que é um absurdo, dado o trajeto de apenas 14 Km de distância (média de quase 5 km/h).
              É o caos querendo ir na janela dando tchauzinho.









domingo, 29 de setembro de 2013

Não é brincadeira! (parte 54)



            Da série "escola não é brincadeira":








           Sem caos. Sem estresse.






sábado, 28 de setembro de 2013

Não é brincadeira! (parte 53)



Da série "escola não é brincadeira":




(Perfeito pretérito conjugado)









sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Opressão

De onde menos se espera, nada vem


           Todo tipo de opressão me deprime: sexual, social, física ou psicológica. Mas nenhuma é tão brutal quanto a opressão financeira.
           Trabalho o dia inteiro, todos os dias, e passo 17 horas fora de casa e longe da minha família. Não tenho escolha: ou isso, ou passamos privações. No fim, tudo isso é também uma forma de opressão.
           Não me entra na cabeça um sujeito montado num automóvel de apenas R$ 119.000,00 como diz a publicidade, enquanto tantos outros (como eu) levam até 3 horas para chegar em casa são e salvo. Algo de fato esta muito errado em todo esse processo.
           Que conhecimento debater, então, com os alunos que 'temos', quando ainda lutamos pelo básico da sobrevivência? Eis a questão...
            A bobagem comercial em que o mundo se meteu esta atolando nossos pensamentos, não se fala em mais nada que não seja consumismo, consumismo e mais consumismo. Uma pena. E diante de absurdos tão intensos é quase impossível chamar à atenção os problemas de fato relevantes, essenciais e coerentes. Se você diz ao aluno que o conhecimento é mais importante, é bem possível que ele sorria e negue: não, o dinheiro é o mais importante. 
           Caos e cansaço. Dia de ópio para esquecer as mágoas.








quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Falência

E o caos mostra seus primeiros suspiros finais. 


              O nosso sistema de ensino esta falido, já disse, e em seus últimos suspiros é possível notar o caos debatendo-se atordoado: professores brigando entre si; completo desinteresse entre o alunos; total alienação da direção e coordenação da escola (públicas e particulares).
              É notável, é visível, que por todas os lados há uma indiferença que é brutal e generalizada. O conhecimento escolar é totalmente dispensável. É supérfluo. E para nada serve ao alunos, já que estes possuem celulares modernos, tênis de marca e um conforto desproporcional. Vivemos tempo difíceis, portanto...
             Para piorar, há um processo cada vez mais seletivo lá fora que privilegia estudantes das instituições mais caras, de classes mais abastadas, que riem aos montes da nossa confusão. Sim, eu acredito muito nisso (eu riria, se estivesse no lugar deles).
             O caminho que nós estamos seguindo, professores, alunos e escolas, é um rumo sem volta; o de uma direção desordenada, caótica. Instituições de ensino fingem que ensinam, alunos fingem que aprendem, pais e Estado fingem que se importam. É mesmo o princípio do fim. É caos. E enquanto colégios particulares visam apenas o lucro, e escolas públicas primam pela incompetência completa, pela preguiça e desorganização, todos nós enquanto sociedade aguardamos pelo pior, pelo caos, pelo futuro de ineficiência que nos espreita.







quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ausência




                Cansado demais para falar do caos. Ao menos por hoje...






terça-feira, 24 de setembro de 2013

Desunião

Melhorar não. Seguir em frente, sim.



          Para mim é comum que funcionários de uma mesma empresa queiram puxar o tapete um do outro, e que o clima seja sempre pesado, tenso, e todos tenham a sensação de que a qualquer momento a lista de corte vai demitir meia dúzia. Quem já trabalhou numa empresa sabe muito bem disso...
          Entretanto, me soa demasiado estranho que, em ambientes públicos, como escolas (por exemplo), o mesmo ocorra de maneira tão abrupta.
          Há anos vejo que o trabalho em instituições públicas é desorganizado, cada qual faz o que lhe dá na telha, e em raros momentos se vê ordem, harmonia e participação mútua. A coordenação de fatores para que o caos sobreviva é intensa. 
          Alunos deveriam observar o lado de cá da história, ver como há desordem e preguiça por parte de quem tanto critica e cobra. Já disse isso antes, e repito, a educação precisa de poucos elementos para melhorar. De poucas medidas e de eficientes atitudes para aumentarmos nossa qualidade, nossa capacidade e também de pouquíssimos gestos.
         A primeira delas (vide posts anteriores a respeito), por exemplo, era integrar as disciplinas. Nenhum ser humano suporta horas a fio de lousa, giz e caderno. É de se concordar que o cansaço é imenso. Contudo, impingimos o conhecimento à força. Dizemos que isso e aquilo é bom à uma geração que esta anos luz à nossa frente, que se comunica com muito mais eficiência, que pensa e reage com as novas tecnologias, e nós retroagimos ao século 19 como forma de auto defesa.
          Nenhum professor quer sair do  2 x 2 = 4. É um risco assumir que pode mudar. É perigoso, é atitude de medo. É caos.





segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Passeio


Trouxas: venham divertir-se!




           Para mim é intrigante que os passeios escolares não tenham qualquer cunho pedagógico. Entretanto, pais pagam por essa benesse mesmo assim, e escolas incentivem de igual maneira.
           Excursões para o Hopi Chato (vide post de 04/09/13) ou para o Playchato servem, apenas, para distender o tempo da sala de aula. E também 'contar' como atividade cultural qualquer. E só.
           Seriam mesmo necessários esses passeios? Qual a utilidade escolar destes?
           Se um professor faz essas perguntas, logo é hostilizado (inclusive pelos colegas professores), e então, acaba por calar-se.
           Eu vi, pessoalmente, jovens esperando por mais de 4 horas numa fila, para simplesmente ir numa montanha russa. A espera não é tão assustadora, o que me assusta é que jovens se sujeitem a isso. Pior: que aceitem como algo normal.
           Os valores (todos eles) estão distorcidos. Alunos rejeitam a ideia de estudar além da escola, além das aulas, entretanto, e aguardam passivos e pacientes por 4 ou 5 horas por um brinquedo estúpido (ou coisa que o valha). Estudar um pouco mais, não. Ler um pouco mais, não. Esperar horas, sim...
            Caos. Decepção e horas de espera.








domingo, 22 de setembro de 2013

Não é brincadeira! (parte 52)



Da série "escola não é brincadeira":



(É isso, ou o caos permanente.)








sábado, 21 de setembro de 2013

Não é brincadeira! (parte 051)


Da série "escola não é brincadeira":




(Viu no que dá formar-se como professor? Nunca mais faça isso!)



        Ao longe vejo o caos. Bem longe.






sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Então...





            Chega de caos...






quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Educação

Ou, para ser sincero, falta de educação       



            Vejo crianças muito mal educadas todos os dias, o dia todo.
            Vejo o caos refinado, complexo, nas entranhas do inferno.
            Explico-me:
            Alunos são o reflexo dos pais, de suas famílias e do meio em que vivem. A maioria não faz ideia do que vai buscar nas escolas e, quando o sabem, o fazem de maneira equivocada. Poucos pais e familiares estão preparados para orientarem seus filhos com eficiência...
            Agressões e xingamentos são gestos banais. E jovens e crianças são especialmente cruéis quando querem exaltar um defeito físico, a cor da pele ou mesmo o traço íntimo do outro. E professores não passam de meros mediadores e juízes de conflitos, entre estudantes absurdamente violentos, mal educados e agressivos. 
          Socos, tapas e ponta-pés, além de racismo e humilhações diversas fazem parte do quotidiano adverso dos colegas professores, diretores e coordenadores pedagógico. E em nenhum desses itens de rotina esta incluso a discussão de projetos, de trabalhos, de fórmulas e maneiras de melhoraria das aulas.
          A solução existe, mas não é única e nem eterna. Requer o mesmo de sempre: boa vontade, trabalho e dedicação.
          Hoje é caos de primeira qualidade. Férias ainda longe.







quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Professora



             Conheci mais de perto uma colega professora, uma colega que leciona pras criancinhas do 2.º aninho do primário. Fiquei feliz por conhecê-la. Fiquei contente por saber que há outros, muitos outros, trabalhando pelo bem comum da educação.
             Ela relatou detalhes importantes acerca do que os pequeninos aprendem, do quanto estudam e do conteúdo ensinado. Bem como dos resultados e dificuldades que enfrenta.
             Eu fiquei feliz e, ao mesmo tempo, também fiquei triste.
             É lamentável que o salário desses profissionais sejam tão baixos, e que colegas tenham que trabalhar em uma, 2 ou até 3 escolas diferentes para complementar a sua renda e ganhar um salário decente. 
             O caos completo da educação esta ali, no início, e segue-se ininterrupto até o final do ensino médio. Pois crianças gostam de estudar, gostam de experimentar e de descobrir. Entretanto, a escola oprime, subjuga e subordina o conhecimento à quase nada. À meras fórmulas e decorebas. uma droga.
              Essa professora, como outros, como eu, não encontra muito apoio entre os demais. Todos estão cansados. Todos nós estamos cansados. Mas é assim mesmo que ainda acredito, que eu creio, e penso num futuro melhor. Onde a escola é de fato interessante, produtiva.
               Passamos tempo demais (nós professores) reclamando de tudo e de todos. É bom encontrar alguém engajado, alguém alheio às críticas e ao desdém. Professor também é debochado, é implicante. Professor é a chave mestra dessa joça, e sequer dá bola ao poder que tem.
               Caos de setembro. Caos do ano inteiro.








terça-feira, 17 de setembro de 2013

Banco ou Posto?

No mundo, há trabalho para todos. Não se preocupem.

             Fiz uma analogia simples na sala de aula: quem ganha mais? Uma moça que trabalha num Banco ou uma moça que trabalha num Posto de gasolina?
            A resposta, uníssona: Baaaaaaannnnnnnncooooooo!
            Outra pergunta: quem é mais respeitada pelos homens? A moça que trabalha num Banco ou a moça que trabalha num Posto?
            A resposta, outra vez: Baaaaaaannnnnnnncooooooo!
            Então prossegui:
            Quem se veste mais adequadamente? Banco ou Posto?  Qual das duas tem o melhor trabalho? Quem é mais feliz? Quem tem o melhor emprego? E por fim, o meu objetivo maior: qual das duas estudou mais?
            Baaaaaaannnnnnnncooooooo!
            A ideia principal era associar a escola (conhecimento, educação, boa formação) aos melhores empregos, salários e carreiras. A maioria concordou (principalmente as meninas) de que trabalhar num Banco era uma escolha mais razoável que num Posto de gasolina. Ainda assim insisti: o que fazer, então, para trabalhar no Posto de gasolina?
            Então todos calaram.
            Para trabalhar num Banco, lógico, todos tinham o mesmo discurso pronto de estudar para ser alguém na vida, etc., contudo, não esperavam que perguntasse o inverso: o que fazer para trabalhar num Posto?
            Alguns segundos de suspense. 
            Então vieram os burburinhos, respostas surgindo aqui e ali, quando alguém finalmente respondeu que bastava não estudar nada
            Alguns riram. Novo silêncio. O aluno tinha razão, todos raciocinaram um instante. Sim, fazia sentido.
            Se para trabalhar num Banco era necessário estudar e formar-se, o inverso era verdadeiramente lógico: não precisa estudar.
            Eu pedi, então, que os alunos procurassem em volta quem dentre eles trabalhariam em Bancos e em Postos, sem que fosse preciso citar nomes. Houve certo constrangimento. Alunos extremamente problemáticos baixaram a cabeça, fingiram tédio, enquanto outros mais dedicados sorriram largamente.             Foi um momento único.
          De repente, era como se cada gesto e cada nota fizessem total sentido.  Os que estudavam mais tinham algo de que se orgulhar, e os outros, entretanto, vislumbravam o mínimo do mínimo apenas.  Era como se os alunos pudessem sentir na pele (ainda que por fração de segundo) o que o futuro lhes reservaria vida à frente.
            Sim, ainda há salvação. E a educação é a única fuga do caos total.



(PS: um abração ao pessoal do Posto em que abasteço!)









segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Pouco

Este é o nosso mundo: o que é demais nunca é o bastante.



         Quem estuda mais ganha mais. Quem estuda pouco ganha menos.
         Essa lógica tem suas exceções, claro, como tudo na vida. Entretanto, ninguém quer arriscar não estudar e ver o que acontece; talvez você não seja a exceção do mundo, e seja melhor não arriscar...
         Mas um famoso matemático americano diz que professores não devem associar estudos e conhecimentos com um emprego, por exemplo. Underwood Dudley afirma que a sociedade possui softwares, modelos e esquemas, tabelas e programas para resolver situações do nosso dia a dia. Não precisaremos resolver uma fórmula de Bháskara para solucionar uma determinada questão... não precisamos aprender Matemática para "arrumar um emprego"! Concordo com ele....
          Mas, para que serve (então) o conhecimento escolar de hoje? Esse é o X questão.
         Se o mercado de trabalho não utiliza esses conceitos de maneira literal (e pouco importa se o sujeito é bom na resolução de uma equação) o que é importante então? Talvez essa seja a pergunta mais relevante de todas: que conteúdo nós deveríamos ofertar aos alunos, então, desde muito cedo? Em qual direção seguir?
         Há quem pense que o mercado não deveria reger a escola, o seu conteúdo e o conhecimento que lá é disseminado. Acontece que assim o é hoje. E por isso mesmo a escola é caótica e desorganizada, suas disciplinas são desconexas e nada parece fazer sentido realmente. 
       Nós, professores de diferentes matérias, ensinamos a mesma coisa, no final das contas. Mas parece que viemos de planetas diferentes. Uma pena.
         O aluno não consegue relacionar que plano cartesiano (por exemplo) pode conter matemática, geometria, geografia, história, ciências e artes numa única lição. É triste, mas falhamos nesse ponto. Falta empenho e vontade, coragem de ousar por parte dos professores, e poder por parte das escolas em investir num modelo mais arrojado. Um pena parte 2.
         Caos me deixando maluco.





domingo, 15 de setembro de 2013

Não é brincadeira! (parte 050)


Da série "escola não é brincadeira":


(Muito obrigado. Mesmo.)



        Longe de tudo. Longe do caos.






sábado, 14 de setembro de 2013

Não é brincadeira! (parte 049)


Da série "escola não é brincadeira":



(Essa é boa, muito boa. Ou nem tanto.)


       Caos, distante de tudo.






sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Universalização

Entrem, entrem! Escolas ruins para todos!



            A escola hoje é para todos. E o que eu observo? Caos... Apenas isso.
            Vejo jovens desinteressados, conteúdos escolares pesados, chatos e completamente descolados da realidade, além de muitas outras coisas.
          Explico-me: “obriga-se” milhões de jovens e crianças a frequentar as escolas na esperança cruel de que tudo lhes pareça interessante (simples assim) e cobramos deles pouco, muito pouco. Quase nada.
           É difícil para um professor ou professora realizar algo diferente, pois os livros continuam densos, as provas, testes e simulados em linguagem dificílima. Sem falar dos vestibulares que ainda exigem o cálculo pelo cálculo, a letra pela letra (em 5 alternativas para você escolher).
           Não sei como fazer a escola ficar interessante, exatamente, mas eu sonho que um dia seja.
           Com o passar dos anos algumas coisas foram se perdendo (uma pena) como o jornal da escola, o grêmio estudantil, campeonato entre salas, lição de casa... Tudo tende para o caos numa escola: jovens no auge de sua energia presos todos os dias com regras, horários e ditames. É óbvio que essa bomba uma hora explode. É óbvio que tudo lá fora lhes é mais interessante. É só pensar um pouco: TV, internet, celular (às vezes tudo isso junto), carros, motos e viagens, o filme do momento, a música do momento, festas, paquera e namoro, e do outro lado a Álgebra, Análise sintática e morfológica de um texto. Para eles, nenhuma dessas coisas lhes será útil um dia. E a escola ainda segue o mesmo modelo de 150 anos atrás...

           Sinto-me patético (já falei isso?) lecionando conteúdos que ninguém se importa em aprender. Sinto-me e abraçado ao caos todos os dias.







quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Presídio

Todos presos, pouco saber.



            Já disse que escolas deveriam ser proibidas? Então eu repito: deveríamos PROIBIR o acesso às escolas! Restringir a entrada, impedir que todos tenham contato, restringir ao máximo possível...
             Pronto, já posso imaginar a loucura que seria: jovens brigando pelo conhecimento, pela chance de se tornarem um dos poucos a frequentá-la, apreciá-la, cortejá-la*.
              Ao contrário disso, o que fazemos é universalizar a educação, obrigar milhões de jovens a frequentarem um ambiente desinteressante por 12 anos consecutivos, ininterruptos, como se tudo fosse uma tortura infinita. E mais: cobramos deles resultados, dizemos-lhes que serão o futuro, que farão faculdade, que terão um emprego... 
            Já disse também que jovens em via de regra têm total desprezo pelo conhecimento oferecido nas escolas. E justamente ela, a escola, imputa-lhe o fardo de assimilar e gostar de conteúdos extremamente abstratos, confusos e desgrudados de nossa realidade.
            Por isso reitero minha proposta: vamos proibir a escola. Vamos bloquear suas entradas, impedir o livre acesso, torná-la para poucos. E tratar o conhecimento como ele merece, com respeito e admiração, com paixão e seriedade.
            Uma vez que um jovem indivíduo consiga penetrar o bloqueio escolar, decerto, perceberá o quão grande é o mundo, o universo. E lhe dará os devidos créditos. Lhe fará as necessárias honrarias e reverências. 
             É isso. É assim que o caos tomaria o rumo de casa.









*(Joga no Google. Se vira)

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Reprova?

Todos são iguais (e uns mais iguais que os outros).


               É compreensível, mas não aceitável, que determinadas escolas particulares não reprovem seus alunos. 
               Afinal, a escola é (antes de mais nada) um negócio, e negócios vivem pelo lucro, dependem de margem, etc. Mas é totalmente inadmissível que entidades públicas façam o mesmo. Pior ainda: que joguem um faz de conta, todos os anos, e aprovem alunos sem o mínimo do mínimo necessário. 
               Em nosso modelo de ensino, que é por ciclos (popularmente conhecido por aprovação automática) o aluno somente pode ser reprovado na 4.ª e 8.ª séries (atual 5.º e 9º anos). E sendo assim, é de se esperar que estudantes com defasagens sofríveis, aproveitamento baixíssimo e total falta de condições de prosseguirem, fiquem "retidos" ao final do ciclo. Isto é, que sejam reprovados finalmente na oitava série bem como em todos os anos do Ensino Médio. Mas o que ocorre, de fato? Ninguém é reprovado, e 100% dos alunos são automaticamente eleitos para o ano subsequente. 
               Uma droga, é claro. E o resultado disso é o caos atual.
               É compreensível, repito, que escolas particulares permitam uma barbaridade assim. Entretanto, reitero que em instituições públicas isso é uma abominação. E as alegações de muitos colegas professores são as mais nefastas possíveis, e vão desde o total desprezo pelo próprio trabalho que realizam até a maldade de passar o problema para frente. Pois, contudo, o aluno que nada fez o ano inteiro não lhe trará mais problemas ano que vem (vide post "Não deu certo") e irá incomodar outros professores... Assim é a nossa cultura.
              Já disse uma vez que se eu fosse dono de uma escola, ela iria à falência no primeiro ano. Entretanto, se eu fosse matricular meus filhos em uma escola particular (nenhum deles estudam em escola particular), a primeira coisa que eu iria perguntar seria: vocês reprovam os maus alunos?
              Caos, barulho, e a minha paciência indo pro espaço...






               


terça-feira, 10 de setembro de 2013

Cegueira

Somos todos um bando de bestas. É simples assim.



              Não exagero, somos sim. E da pior espécie que existe.
              Os pais de alunos deveriam ver como os filhos são em sala de aula, seria um exercício interessante de observação...
              Jovens agem de maneira diferente quando estão em grupos, ainda pior quando longe da família e das regras que os prendem (se é que as têm).
              Fiz essa experiência algumas vezes, tive surpresas boas e ruins, claro, e reagi em ambas as oportunidades (com elogios e reprimendas, respectivamente) conforme cada descoberta. O saldo a contabilizar é que vi outras pessoas, outros indivíduos e não apenas os meus bebês, "inocentes e puros". Como todo os pais vêm os filhos.
              Contudo, não é o que ocorre com a maioria dos alunos que tenho, dos que já tive, e dos que certamente terei. 
             Tudo é uma droga, na verdade, e a família desses alunos não se importa (verdadeiramente) se eles estão aprendendo algo efetivamente. Há uma regra perversa aí, uma lógica que se repete de maneira definida. Para a maioria o que importa é a nota, o número num pedaço de papel, e não o conhecimento adquirido, o aprendizado e a evolução. Pais e mães me procuram nas reuniões das escolas (pública e privada) apenas para saberem das notas,  mas nunca para saberem se seus filhos são capazes, se possuem alguma habilidade especial, ou preguiça, ou talentos, ou habilidades. A sentença de única uma nota ainda tem um peso desproporcional no conceito de pais e alunos. E nenhuma escola ousa questionar isso.
            O mesmo ocorre em relação às notas vermelhas: a maioria dos pais culpa o professor (como se ele já não tivesse mais nada para fazer, a não ser perseguir o seu filhote) e julga sempre mal os motivos pelo mau desempenho. Pior: nunca questiona a escola se o filho é aprovado com deficiências extremas. Nunca
             Já tive dezenas de alunos que não tinham a menor condição de serem aprovados, entretanto, e o foram mesmo assim. E os pais, claro, são totalmente coniventes nesses casos. Jamais questionam. 
            Pelo contrário, fecham os olhos e fingem não ver a mazela em que se encontra o aprendizado e os conhecimentos de seus filhos.
             É isso. É caos. É aluno que passa de ano. É cegueira de 18 graus.






segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Facebook

Por qual razão a escola perfeita esta sempre no passado?

  
           Já tratei diversas vezes que o desinteresse dos alunos pelo conhecimento escolar é brutal, já pratiquei autocrítica como um cristão que se penitencia pelos próprios erros, e já enumerei uma série de novas possibilidades para a melhoria acerca do interesse pela escola, pelos estudos e pelo conhecimento acadêmico.
           Mas a coisa vai mais além, muito mais além. É preciso modificar todo o processo, de cima a baixo, e rever aonde exatamente pretende-se chegar. Não reprovar certos alunos (em instituição pública e também em particular), foi certamente um dos erros mais estúpidos. Pior, deu-lhes a sensação de que tudo estava bem, de que apesar dos pesares ele deveria seguir. Mas não deveria. Ele, no máximo, deveria seguir por um caminho que melhor lhe servisse. Apenas.
          Inchar salas de aula, universalizar a educação, não construir mais escolas, etc., etc., etc., apenas piorou tudo. E o resultado é o próprio caos.

          As empresas modernas estão mudando, por exemplo, feito grandes conglomerados como o Google e o Facebook, que já não utilizam mais o mesmo método de trabalho que “dava certo” há séculos. Elas desobrigam seus funcionários acerca de horários, roupas e determinadas hierarquias. O que estes precisam fazer é produzir, e produzir com leveza, prazer e ausência de qualquer tipo de opressão. Penso que a escola bem o poderia ser assim. E é lógico que não se chega a um novo patamar desses do dia para noite, e por isso mesmo devemos começar imediatamente. Ou o caos deteriorará nossas vísceras.






domingo, 8 de setembro de 2013

Não é brincadeira! (parte 048)


Da série "escola não é brincadeira":


(Formigas sempre são mais interessantes, claro.)


Dia de folga. Dia sem caos.





sábado, 7 de setembro de 2013

Não é brincadeira! (parte 018)


Da série "escola não é brincadeira":


(Professor Mahll, eu invejo a sua sabedoria.)


Dia de folga. Dia sem caos.



sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Hopi FOOD

Da série "Parques de diversões que não desejamos ir"




              Uma das coisas que mais me chamou a atenção no Hopi CHATO foram os funcionários de restaurantes e lanchonetes, especialmente aquelas moças e rapazes na linha de frente de atendimento. O serviço é horrível...
               Lamento muito por eles (mentira, lamento nada) serem obrigados a se submeterem a subempregos como estes, serem mal remunerados, e a aguentar toda sorte de gente de domingo a domingo. Não deve ser fácil, eu penso.
               Mas como não é necessária nenhuma formação especial para embalar lanches, operar um caixa ou mesmo encher copos e mais copos de refrigerantes, penso ser compreensível que estejam nesse tipo de trabalho. O emprego lhes é ideal. Atenção meus alunos: olhem o emprego que vos esperam caso continuem se dedicando pouco aos estudos.
               Outro dado importante: não vi ninguém de olhos e cabelos claros no balcão dessas lanchonetes. Ao contrário: a população negra e parda (da qual eu também faço parte) predominava. 
                A qualidade desses alimentos (santo deus Osíris!) é ainda mais horripilante: apenas lanches, lanches e mais lanches. O único lugar que servia comida o fazia da pior forma possível. Acho que era de propósito. Para que comêssemos mais lanches...
               Não se espera que em lugares assim haja um menu sofisticado de verduras, legumes e frutas (porque não?), mas não seria demais cobrar que houvesse ao menos uma opção minimante decente, e pessoal menos infeliz trabalhando ali.
              É caos com gordura saturada, açúcar e insalubridade.








quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Hopi BEIJO

Da série "Parques de diversões que não desejamos ir"




               Jovens e adolescentes vão ao Parque de diversões para se divertirem, certo? 
           Erraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaado..!
           O Hopi CHATO é notoriamente conhecido como ponto de encontro para "liberar geral". E é comum que paqueras e/ou projetos adormecidos de namoro se concretizem ali, que role uma "pegação" geral, e que a molecada se esbalde a torto e a direito. Especialmente em excursões escolares quando a família esta beeeeeeeem longe.
           O que me choca é notar que isso esta ocorrendo cada vez mais cedo (lógico que tomo como referência a mim mesmo) e que a quantidade seja motivo de orgulho. Pior ainda: a quantidade é motivo de disputa entre esses jovens.
           Uma espécie de ranking logo se forma na ida e, na volta, é possível ouvir o zunzunzum acerca do resultados obtidos. Quanto mais pessoas beijadas, melhor. E isso se dá igualmente entre meninos e meninas (verifico que entre elas a disputa é ainda mais acirrada). Uma pena, eu acho.
           Ouvi que uma menina beijou 26. Outra, chateada, lamentava uma segunda colocação por beijar apenas 18 rapazes.
            Opiniões à parte, penso que estamos evoluindo cada vez mais às vessas. Tantos séculos em busca da liberdade, igualdade e conhecimento, e tudo o que conseguimos é incutir na cabeça de jovens e adolescentes que esses são os valores corretos, que esse é o caminho a seguir; que quanto mais BEIJOS melhor a posição entre os conhecidos... Uma droga realmente.
            Ofereço o beijo do caos, para todos vocês.






quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Hopi CARO


Da série "Parques de diversões que não desejamos ir"



          Curioso é notar que Parques de diversões sejam tão caros, tão  desorganizados e tenham um serviço de tão pouca qualidade. Em qualquer outro lugar do mundo receberíamos melhor tratamento.
          Ainda mais curioso é que milhares de jovens não se preocupem com esse custo (ao menos seus pais deveriam) e se sujeitem a um tratamento abaixo do mínimo. Pagar R$ 15,00 por um hot dog, ou R$ 26,00 por hambúrguer não é só ultrajante, é violento. É ridículo.
          O pior é ouvir alunos reclamarem, por exemplo, do preço de uma entrada para o Teatro. Ou de concertos musicais e óperas (que chegam a ser grátis) bem como a visitação a um Museu (de valor irrisório).
          Não se adquire conhecimento algum indo a um Parque Hopi CARO. A menos que possamos discutir esses e outros problemas com os alunos (acreditem, já fiz isso) e evidenciar a oposição que há entre valores pagos e qualidade dos serviços prestados.
          Mas acima de tudo é preciso aumentar a nossa noção de valores, e compreender que R$ 6,00 numa garrafinha d'água (por exemplo) que não custa ao Parque sequer R$ 1,00 a unidade, é mais que um absurdo, é um acinte. 
          Eu, por aqui, vendo caos por R$ 0,99. Façam um fila indiana.