Crianças
têm preconceitos? Eis uma boa questão...
Observo
jovens rindo e brigando o dia inteiro, crianças de 11 anos de idade até os quase adultos
de 18 anos. Vejo neles um pouco do que é a sociedade aqui fora. Vejo bondade e
solidariedade, vejo respeito e compreensão pelo outro. Mas vejo também a
maldade personificada em pequenos gestos, pequenas palavras que maltratam.
Numa
situação recente, por exemplo, um aluno chamou uma colega de neguinha, nitidamente com
a intenção de ofendê-la. Parti pra cima na hora, claro. E o que se sucedeu foi
uma sequência de informações (sermão, na verdade) sobre a maldade e a crueldade do racismo.
Comecei lembrando
que “pequenas” ofensas, “pequenos” gestos de agressão como este, tomam
proporções inimagináveis. Aí lá vem história...
Contei da
segregação racial nos ônibus com assentos para brancos, e assentos para pretos.
Os banheiros públicos que diziam “proibido para pretos”. Sem falar dos táxis,
que traziam infames a inscrição “somente para brancos”...
Não entrei
no mérito geográfico (se era nos Estados Unidos, no Brasil ou na África do Sul) e nem precisava. A
maioria logo se mostrou incomodada com a “revelação”.
Imaginem sobre a entrada de um banheiro: "Proibido para Pretos". Um loucura, claro.
É curioso como jovens que
se consideram tão modernos saibam tão pouco de história. Racismo é para
crianças? Ciência é para crianças? Religião é para crianças?
O caos do
preconceito esta à solta.