quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Meia dúzia

            Repito com muita frequência que o poder esta nas mãos de uma 1/2 dúzia, que o conhecimento esta nas mãos de uma 1/2 dúzia, e que todo o resto é povo, massa de manobra ou folha de bananeira. Vai aonde o vento bater.
            Zé Ramalho, cantor paraibano, já cantou isso em "Vida de Gado". Uma canção forte que fala de fortes verdades. Raul Seixas disse uma vez que era "melhor ser burro, e sofrer menos". Viver de expectativas é mesmo uma droga.
            Estou envolvido por jovens e adolescentes que irão pagar a minha aposentadoria, preferia poder dizer isso com maior alegria, com esperança, de que o futuro reserva a todos um horizonte melhor. Mas sei que não reserva.
            Tudo o que vejo é desinteresse, preguiça e alienação. E não falo esta última no sentido ideológico (que eu não tenho de forma alguma), falo no sentido de objetivos, de busca e procura, de encontro e respostas. 
             É comum ver pessoas tão jovens sem saberem ao certo o que fazer da vida, do futuro profissional ou coisas assim. Mas é inaceitável enxergar neles a ausência completa de referências (social, familiar, pessoal) ou referências desconexas e obtusas. A grande maioria esta preocupada com o novo Samsung sei lá das quantas (como boa parte da nossa sociedade também, aliás). Mas a coisa parece estar piorando.
             Um bom filme ou um bom livro (ou pelo menos algo que nos cause reflexão) são objetos cada vez mais raros para debates. Experimente perguntar-lhes qualquer coisa relevante: a maioria te deixará em profundo desânimo. Caos latente.