terça-feira, 10 de setembro de 2013

Cegueira

Somos todos um bando de bestas. É simples assim.



              Não exagero, somos sim. E da pior espécie que existe.
              Os pais de alunos deveriam ver como os filhos são em sala de aula, seria um exercício interessante de observação...
              Jovens agem de maneira diferente quando estão em grupos, ainda pior quando longe da família e das regras que os prendem (se é que as têm).
              Fiz essa experiência algumas vezes, tive surpresas boas e ruins, claro, e reagi em ambas as oportunidades (com elogios e reprimendas, respectivamente) conforme cada descoberta. O saldo a contabilizar é que vi outras pessoas, outros indivíduos e não apenas os meus bebês, "inocentes e puros". Como todo os pais vêm os filhos.
              Contudo, não é o que ocorre com a maioria dos alunos que tenho, dos que já tive, e dos que certamente terei. 
             Tudo é uma droga, na verdade, e a família desses alunos não se importa (verdadeiramente) se eles estão aprendendo algo efetivamente. Há uma regra perversa aí, uma lógica que se repete de maneira definida. Para a maioria o que importa é a nota, o número num pedaço de papel, e não o conhecimento adquirido, o aprendizado e a evolução. Pais e mães me procuram nas reuniões das escolas (pública e privada) apenas para saberem das notas,  mas nunca para saberem se seus filhos são capazes, se possuem alguma habilidade especial, ou preguiça, ou talentos, ou habilidades. A sentença de única uma nota ainda tem um peso desproporcional no conceito de pais e alunos. E nenhuma escola ousa questionar isso.
            O mesmo ocorre em relação às notas vermelhas: a maioria dos pais culpa o professor (como se ele já não tivesse mais nada para fazer, a não ser perseguir o seu filhote) e julga sempre mal os motivos pelo mau desempenho. Pior: nunca questiona a escola se o filho é aprovado com deficiências extremas. Nunca
             Já tive dezenas de alunos que não tinham a menor condição de serem aprovados, entretanto, e o foram mesmo assim. E os pais, claro, são totalmente coniventes nesses casos. Jamais questionam. 
            Pelo contrário, fecham os olhos e fingem não ver a mazela em que se encontra o aprendizado e os conhecimentos de seus filhos.
             É isso. É caos. É aluno que passa de ano. É cegueira de 18 graus.