quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Reprova?

Todos são iguais (e uns mais iguais que os outros).


               É compreensível, mas não aceitável, que determinadas escolas particulares não reprovem seus alunos. 
               Afinal, a escola é (antes de mais nada) um negócio, e negócios vivem pelo lucro, dependem de margem, etc. Mas é totalmente inadmissível que entidades públicas façam o mesmo. Pior ainda: que joguem um faz de conta, todos os anos, e aprovem alunos sem o mínimo do mínimo necessário. 
               Em nosso modelo de ensino, que é por ciclos (popularmente conhecido por aprovação automática) o aluno somente pode ser reprovado na 4.ª e 8.ª séries (atual 5.º e 9º anos). E sendo assim, é de se esperar que estudantes com defasagens sofríveis, aproveitamento baixíssimo e total falta de condições de prosseguirem, fiquem "retidos" ao final do ciclo. Isto é, que sejam reprovados finalmente na oitava série bem como em todos os anos do Ensino Médio. Mas o que ocorre, de fato? Ninguém é reprovado, e 100% dos alunos são automaticamente eleitos para o ano subsequente. 
               Uma droga, é claro. E o resultado disso é o caos atual.
               É compreensível, repito, que escolas particulares permitam uma barbaridade assim. Entretanto, reitero que em instituições públicas isso é uma abominação. E as alegações de muitos colegas professores são as mais nefastas possíveis, e vão desde o total desprezo pelo próprio trabalho que realizam até a maldade de passar o problema para frente. Pois, contudo, o aluno que nada fez o ano inteiro não lhe trará mais problemas ano que vem (vide post "Não deu certo") e irá incomodar outros professores... Assim é a nossa cultura.
              Já disse uma vez que se eu fosse dono de uma escola, ela iria à falência no primeiro ano. Entretanto, se eu fosse matricular meus filhos em uma escola particular (nenhum deles estudam em escola particular), a primeira coisa que eu iria perguntar seria: vocês reprovam os maus alunos?
              Caos, barulho, e a minha paciência indo pro espaço...