segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Lógica

Qual o sentido da vida?



                Eu fiz essa pergunta, repentinamente, para alunos de várias idades e séries, em colégio particular e em escola pública: é monstruosa a animosidade da maioria...
                Por se tratar de um professor de Matemática (este que vos escreve) acho que ninguém espera o questionamento. Entretanto, eu insisto: 
                Qual o sentido da vida?
                Alguns risos depois, gracejos e um certo desconcerto, vem o desconforto da pergunta. Ninguém sabe ao certo o que dizer, a maioria pensa por instantes no que eu gostaria de ouvir e não sobre qual é o verdadeiro sentido da vida.
                - A sua vida não tem sentido? - eu pergunto - Qual o sentido da sua vida? Qual o sentido da vida, de maneira ampla?
                 Novamente o desconforto. Alunos se entreolham, aquele riso aflito, envergonhados, ninguém sabe o que dizer ao certo. Existe uma resposta certa? Então o zunzunzun, burburinho e o barulho descontrolado. 
                 Volto a controlar a sala e insisto na pergunta, dessa vez sem escolher um(a) aluno(a) específico(a), lanço o questionamento no ar: qual o sentido da vida?
                 Nesse instante temos respostas diversas, também ao ar de um e de outro. Muitos gracejos de novo e frases desconexas, todos camuflam-se na multidão de opiniões e passam a dizer qualquer coisa, o que lhes vêm a cabeça. Sentem-se confortáveis com o anonimato do caos momentâneo. Nenhuma resposta efetiva, nenhuma convicção razoável.
                  É demais pedir-lhes que pensem a respeito? 
                  Acredito que não. 
                  Todavia, é notável a ausência quase que absoluta de iniciativas de raciocínio crítico (mesmo que sobre um tema repentino) de jovens que carregam sobre si o peso de "futuro do Brasil".
                   Qual o sentido do caos?