quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Graciliano

Para quem pensa um pouco...



            Quando eu estudava o ensino fundamental, ouvia os colegas do ensino médio reclamando dos livros para o vestibular, os clássicos da literatura brasileira como "Memórias póstumas de Brás Cubas" (Machado de Assis) entre muitos outros que representavam o terror das provas eliminatórias das grandes universidades. Hoje, vejo alunos escrevendo cada vez pior. E o que me choca é que a maioria não se importa; eles estão pouco lingado para o fato.
            Ler Brás Cubas ainda hoje é uma tarefa e tanto, contudo, hoje compreendo melhor a sua importância.  
           Gostaria de haver compreendido antes, quando tinha mais tempo e a visão era melhor. 
          O que fazer - penso eu - então, para seduzir uma geração inteira acerca da importância dessas obras? É difícil a missão, por exemplo, dos professores de língua portuguesa e literatura (não gostaria de estar na pele deles).
            Há tempos tomei "Vidas Secas" como um desafio pessoal. É uma obra fantástica. Contudo, concordo, é preciso uma paciência e repertório linguístico imenso. Em determinadas expressões e passagens o dicionário não nos socorre com eficiência. Em outras, ainda mais complexas, nem mesmo o Google nos serve (para ser razoável). Mas só as interrupções para a consulta já desanimam por completo, página após página, "cortando" o prazer e a sequencia da leitura (bem como a compreensão).
             Sou totalmente a favor, por exemplo, da atualização de determinadas obras para a nossa linguagem contemporânea. Uma atualização de ao menos 50 em 50 anos. Nada muito sofisticado ou que modifique o núcleo central da enredo, mas que nos permitam compreender melhor cada estória com palavras e referencias mais atuais. Penso que esses textos são geniais em qualquer tempo e em qualquer época, inclusive, com modificações e atualizações de expressões e palavras importantes para uma melhor compreensão. Quem sabe assim teríamos mais jovens (especialmente estudantes) ligados nessas obras que são clássicas e que ao mesmo tempo tem tanto a nos ensinar.
             É caos. É Machado. É Graciliano.