segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Enem 2013

Da série: "Vestibulares que não fazemos por aí".

(Parte 1: Sete milhões de inscritos. E?):

Ou não.


          O Enem tornou-se mais um evento importante na vida dos estudantes brasileiros. Vejo e revejo essa mesma história todos os anos: mentes aflitas, revisão em cima de revisão, e o caos ameaçando a todos. Mas isso, sejamos sinceros, ocorre com a minoria.
          A maioria dos estudantes de Ensino Médio pouco liga para o Enem. Se isso não fosse verdade, eu teria (por exemplo) uma média um pouco melhor que os 18% de inscrições realizadas dentre os alunos que leciono. Todo o resto não se importou sequer em inscrever-se (mesmo nos casos em que a taxa era gratuita).
          O número estrondoso de 7 milhões de inscritos reflete (e corrobora) algo que venho dizendo aqui há algum tempo: a maioria dos jovens e adultos que realmente busca algo, uma profissão ou educação qualificada, o faz por necessidade e por um amadurecimento posterior. Coisa que somente a idade é capaz de trazer. 
          Isto é, ninguém é capaz verdadeiramente de encontrar o início do seu caminho profissional aos 17 anos de idade.
          Vejo esses jovens decorando fórmulas (sem compreendê-las completamente) e buscando "macetes" para acertar o maior número de questões possíveis. E isso é o Enem. E esse é o nosso processo de admissão de jovens estudantes às universidades de todo o país. 
          Mas será o jeito melhor? Será o jeito menos pior? 
          Uma coisa é certa: nenhum desses candidatos busca o conhecimento qualificado (ao menos a maioria) e sim uma forma rápida de conseguir um diploma importante. Apenas isso. Apenas caos.