quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Crenças (Parte 1)

O que faz de uma pessoa um bom professor?



           Ao longo desses anos tenho observado toda a sorte de colegas professores, dedicados ou nem tanto, além dos despreparados, desmotivados e os completamente desinteressados pela própria profissão.
           É assustador notar que esses profissionais são responsáveis pela formação e pelo despertar intelectual da massa futura do Brasil... Quase todos os dias vejo e ouço asneiras inaceitáveis, bobagens inimagináveis e toda uma gama de profundo desconhecimento desses sobre o que é (e do que deveria ser) uma escola.
           Concordo que os baixos salários atraiam justamente os profissionais menos qualificados (pessoas com a mesma formação em outras áreas ganham melhores salários quando estão fora da Educação), entretanto, era preciso que estes ao menos se conscientizassem do importante e fundamental papel que desempenham. Ganhar pouco, nesse caso, não é desculpa para um péssimo trabalho.
           A maioria das pessoas nem imagina o quão despreparados parte significativa de professores e professoras entram em salas de aula, especialmente no extremo da periferia, onde os mais qualificados e especializados não chegam. Pior: a atitude destes é por vezes deliberada e proposital. É comum notar professores “enrolando”, “enchendo linguiça” ou mesmo entulhando alunos de cópias de livros didáticos só para passar o tempo, e durante todo o ano letivo.
          A minha postura crítica (essa que faço agora, por exemplo) é, antes de qualquer coisa, mal vista e desaprovada pela maioria dos meus colegas (claro). Todavia, como pai de filhos também estudantes de escola pública e professor apaixonado pelo que faz, sinto-me profundamente agredido por essa situação. Dialogar com essas pessoas é impossível. O profissional brasileiro em via de regra não gosta de receber uma crítica, de ser avaliado ou de receber “um toque”. E tudo segue-se na mais perfeita harmonia propícia para o caos: professor despreparado e desmotivado; aluno mal formado.