O que faz de uma pessoa um bom professor?
Ao longo desses anos tenho observado toda a sorte de colegas
professores, dedicados ou nem tanto, além dos despreparados, desmotivados e os completamente
desinteressados pela própria profissão.
É assustador notar que esses profissionais são responsáveis
pela formação e pelo despertar intelectual da massa futura do Brasil... Quase
todos os dias vejo e ouço asneiras inaceitáveis, bobagens inimagináveis e toda
uma gama de profundo desconhecimento desses sobre o que é (e do que deveria ser) uma
escola.
Concordo que os baixos salários atraiam justamente os profissionais
menos qualificados (pessoas com a mesma
formação em outras áreas ganham melhores salários quando estão fora da Educação),
entretanto, era preciso que estes ao menos se conscientizassem do importante e
fundamental papel que desempenham. Ganhar pouco, nesse caso, não é desculpa para
um péssimo trabalho.
A maioria das pessoas nem imagina o quão despreparados parte significativa de professores
e professoras entram em salas de aula, especialmente no extremo da periferia, onde os mais qualificados e especializados não chegam. Pior: a
atitude destes é por vezes deliberada e proposital. É comum notar professores “enrolando”,
“enchendo linguiça” ou mesmo entulhando alunos de cópias de livros didáticos só para passar o tempo, e durante todo o ano letivo.
A minha postura crítica (essa que faço agora, por exemplo) é, antes de qualquer coisa, mal
vista e desaprovada pela maioria dos meus colegas (claro). Todavia, como pai de
filhos também estudantes de escola pública e professor apaixonado pelo que faz, sinto-me
profundamente agredido por essa situação. Dialogar com essas pessoas é
impossível. O profissional brasileiro em via de regra não gosta de receber uma
crítica, de ser avaliado ou de receber “um
toque”. E tudo segue-se na mais perfeita harmonia propícia para o caos: professor despreparado e desmotivado; aluno mal formado.