sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Crenças (Parte3)

Richard Dawkins, socorra-nos!




             O professor, biólogo e evolucionista Richard Dawkins (por um acaso, também ateu) trava já ao longo de muitos anos uma verdadeira batalha para assegurar o ensino técnico-científico em escolas públicas de todo o mundo. Especialmente em entidades de ensino britânicas, de onde o ele é. 
             Lá, como em outros lugares, omite-se propositalmente as descobertas acerca da evolução das espécies, tratada na obra principal de Charles Darwin, em nome de crenças outras que a este opõem-se radicalmente. O prejuízo, lógico, é o da evolução do conhecimento...
             São notórios na internet os vídeos e documentários do biólogo evolucionista sobre o tema, onde o mesmo bate muito (e sem dó) principalmente nas crenças monoteístas dominantes de todo o mundo, a despeito do imenso desconhecimento histórico científico que isso pode nos causar. E, para ser enfático, concordo em número, gênero e grau com ele.
             Crer, antes de mais nada, é um gesto íntimo, pessoal e inalienável. Todos têm esse direito e assim o deve ser. Mas esse direito não pode sobrepor o conhecimento técnico, baseado em observação, experimentação e interpretação, para ensinar-se nas escolas exatamente o seu inverso.
               Se alguém deseja crer que o mundo não tenha mais que 5 mil anos de idade, tudo bem. Se esse mesmo alguém for professor, for responsável por propagar o conhecimento, e ainda assim deseja negar as evidências científicas, então temos um grave problema. Pois, como já disse, o risco é do retrocesso.
               Pior: o risco é o do fundamentalismo religioso. Já que é sabido a visão e a opinião destes acerca do aborto, homossexualismo, entre outros (totalmente inverso à realidade crítica atual, aliás).
              Qualquer outro conhecimento que não o histórico científico (sem comprovações) até pode ser ensinado, sim, para crianças, mas fora das escolas (e sem dinheiro público, de preferência). Mas o caso é que Religião não é para crianças. Política não é para crianças. Economia, Filosofia e Sociologia também não são para crianças. Como o Caos não é para crianças.