segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Dia de Prova (Parte 2)

É notável a ausência total do semancol de alguns professores.



                Aí um professor se levanta e reclama:
                - Ô companheiro, dá licença, como é que a gente vai fazer uma prova de matemática sem lápis? Isso é um absurdo, rapá!
                 A FGV proibiu o uso de lápis no concurso. Tornou isso regra. 
                 Todos sabiam. Todos se inscreveram e sabiam quando leram o Edital (se é que leram). Mas é claro que alguém tem que reclamar. É claro que alguém tem que queixar-se de uma regra que foi, previamente, estabelecida.
                 O fiscal explicou, deu de ombros, e disse nada podia fazer. Estava no Edital, afinal de contas (o fiscal, aliás, é um sujeito como nós que esta trabalhando, que também esta de saco cheio por perder o domingo inteiro, e louco para mandar o primeiro pro inferno).
                 Depois nós professores reclamamos dos alunos, quando estes reclamam das regras, do prazo estabelecido, dos moldes ou de qualquer coisa que foi pedido. Sem falar do linguajar chulo e estapafúrdio, inadequado para quem cobra tanto postura e adequações dos alunos.
                 Sou contra o "faça o que digo, não faça o que eu faço", portanto.
                 Aliás, cumprir regras é algo extremamente difícil e desagradável, especialmente por boicotar nossas vontades pessoais e individuais em detrimento do coletivo. Por isso mesmo penso ser importante compreender os efeitos do não cumprimento daquilo que tanto exigimos, as tais regras, quando nenhum de nós esta preparado para cumpri-las.
                 Eu, nesse momento, arrependia-me de ter nascido, de estar ali, e de ter colegas dispensáveis tão ignóbeis. 
                 Caos. Prova. Caos.