terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Caos Final

(Retrospectiva - parte 2)

Frustrante; cansativo: leigo eu sou.




             Em 2013 o caos esteve ainda mais presente. Como sempre, o antagônico mundo entre colégios particulares e públicos chocou-me tanto quanto em outros anos. E, para mim, o mundo parece um pouco mais complexo do que antes...
             Já disse que escolas públicas pagam melhor, oferecem maior liberdade de trabalho e maior quantidade de aulas. Contudo, nem isso é suficiente para aumentar a qualidade e a eficiência dos trabalhos. Porquê?
             Em post's anteriores (deixe de preguiça e vá pesquisar) deixo bem claro minha visão a respeito dos problemas e respectivas soluções. E o resultado é sempre o mesmo: o problema é humano.
             Em entidades públicas, inverso às particulares, é comum confundir-se o público com algo que não tenha dono. E digo isso sob o olhar de alunos e professores, também. Ninguém quer cuidar, proteger, conservar, pois há uma ideia equivocada de que sobre o ambiente não há proprietário. Uma droga, claro.
             Um exemplo prático:
             No particular, quando uma mesa "aparece" riscada ou quebrada, busca-se (quase que imediatamente) o responsável e os pais são chamados para tomar ciência, apurar culpados e repor prejuízos. Há quem fiscalize esses tipos de coisas, há quem empenhe tempo e força na solução desses casos. O resultado, claro, é o exemplo para os demais: não se metam a besta, o próximo poderá ser um de vocês...
             No público, ao contrário, é notório e ululante (vai, corre pro google) a montanha de cadeiras e mesas aguardando o destino certo: lixo. Eu próprio, professor de matemática, acrescentei pontos aos alunos que mantivessem suas mesas limpas e sem riscos, fiz o "dia semanal da limpeza", mas no dia seguinte tudo estava sujo novamente. Quem riscou? Quem pichou? Quem quebrou? Ninguém sabe, ninguém viu. Ninguém vai atrás. Ninguém se importa. Isso dá muito trabalho, e todos estão sobrecarregados, há desordem e absoluta falta de planejamento. A quem devo queixar-me? Quem devo, como professor, reclamar? Se eu reclamar, se eu ao menos tentar, sou tachado de chato, antipático e agitador. Melhor fazer o que a maioria faz: pôr a culpa no governo e reclamar sentado do inimigo Maior.

           Tenho alunos que nunca frequentaram uma escola pública. E o inverso também. É uma pena pois ambos representam a sociedade alienada em que vivemos: mesma cidade, quase o mesmo bairro e, entretanto, vidas e destinos tão opostos. Todos reivindicam mesmos direitos, sonhos e perspectivas. Todos terão vidas bem diferentes.
         Tenho alunos que viajam para o exterior ou praias paradisíacas do nordeste brasileiro em todas as férias, e tenho alunos que jamais foram à praça da Sé, por exemplo. Eu, no meio disso tudo, convivo com o caos de ver e saber que as coisas têm solução. Que tudo é possível. Basta boa vontade. Basta um conjunto mínimo de novas ideias. 
              Em 2013, o caos foi recorde.