quarta-feira, 30 de abril de 2014

terça-feira, 29 de abril de 2014

Classe Média

Emergente não é a mesma 
coisa que Classe Média.

 (...)**
Triste vocação
A nossa elite burra se empanturra de biscoito fino
Somos todos passageiros clandestinos dos destinos da nação
Triste destino, engolir sem mastigar
Chuva de containers
(...)
Triste sina, América Latina
Não escaparemos do vexame
Não caberemos todos em Miami!*


[* Não mesmo]
                                                            **"Chuva de Containers" - Engenheiros do Havaii 







segunda-feira, 28 de abril de 2014

domingo, 27 de abril de 2014

Cansado








[Ah... aproveitem e vão para o inferno.]




sábado, 26 de abril de 2014

RPM*


(*Reunião de Pais e Mestres)






sexta-feira, 25 de abril de 2014

Senna

"Nada é justo, e pouco é certo.

Que estamos destruindo o futuro e a 

maldade anda sempre aqui por perto"*


            Em 1994, quando Senna morreu, esperamos o caixão vir da Itália como se fosse um parente muito próximo. Como se fosse alguém muito íntimo e especial para cada de um nós. E de fato o era.
           Mas hoje tudo isso ainda me parece um fato curioso.
           Senna nunca foi pobre. Ao contrário, ele estudou em boas escolas e teve muitas oportunidades na vida. Teria um futuro brilhante e uma carreira bem sucedida em qualquer profissão que escolhesse, de certo, e acabou por escolher ser piloto de carro. Era bonito, jovem, fazia sucesso entre as mulheres e não conhecia a miséria de seu país de perto como a maioria de nós. Entretanto [todavia, contudo, porém] foi amado pelo povo assim mesmo. Era ele o inverso do "perfil" brasileiro e mesmo assim encontramos nele algo para nos identificarmos. 
            Há muitos anos a miséria é explorada com muita competência pela mídia brasileira; quanto mais pobre, humilhado, necessitado e excluído, maior o destaque que uma pessoa tem. É comum ver uma mesma história, uma mesma origem triste e amargurada precedendo a carreira de muitos artistas, celebridades ou esportistas. Mas com Senna era diferente. Ele fugia exatamente desse padrão e, justamente por isso, acabou por quebrar a regra geral de sofrimento e a estúpida exaltação da tragédia. 
            Minha surpresa permanece até hoje, 20 anos após o seu desaparecimento, acerca dos atributos de sua personalidade, suas crenças e seu estilo competitivo. Um ídolo brasileiro que não exaltava suas possíveis misérias do passado, não chorava lágrimas em programas dominicais de TV, e superava obstáculos monumentais que ele mesmo se impunha. Um ídolo, como já disse, que mostrava uma "parte boa" do Brasil. Uma "parte boa" que nós nem sabíamos que existia. Uma parte que morreu há 20 anos atrás.







*[trecho de "Clarisse" - Legião Urbana] 





quinta-feira, 24 de abril de 2014

Senna

Ayrton Senna seria o mesmo ídolo 

se surgisse hoje?



             Me pergunto isso há 20 anos.
             Às vésperas de completar mais um aniversário de sua morte, busco outra vez essas e outras questões em minha mente: Ayrton Senna foi um ídolo maior porque éramos carentes demais?
              Para os jovens e adolescentes que não sabem, que não eram nascidos na época, fica difícil tanto explicar quem foi Senna quanto o pandemônio que o Brasil representava. Para quem estava lá, quem viveu aqueles tempos, é mais simples discutir essa questão, a ideia de um ídolo que "preenchia" alguns espaços vazios em nosso imaginário, quando o que mais queríamos era encontrar a nossa verdadeira identidade. 
             A verdade é que não havia alegria, não havia esperanças concretas. A inflação e o desemprego, a violência, o caos. Nada disso hoje existe naquela proporção. Não mesmo.
              Imagino se Senna seria amado hoje, se suas vitórias e títulos mundiais seriam tão comemorados quanto antes, e se o gesto de erguer a bandeira do Brasil significaria agora o antes significava. 
              Acredito que não. Sinceramente não. 
              Especialmente o gesto da bandeira, esse sim, já tão exaurido e vilipendiado. Há certas coisas que são importantes apenas porque aconteceram pela primeira vez, e é só isso. 
             Senna esta longe agora, esta aqui nas minhas lembranças e no espaço-tempo que nunca irá voltar. 







             

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Senna

Quantos ídolos temos?

Quem são os nossos ídolos?


               Em poucos dias completará 20 anos da morte do piloto brasileiro Ayrton Senna. Eu tinha 14 anos de idade naquele domingo, assistindo à corrida, atordoado com a notícia arrasadora de seu desaparecimento...
               Pergunto aos alunos repentinamente: quem foi Ayrton Senna? Levam alguns segundos até compreenderem a pergunta [pois a aula é de Matemática, aliás]. Uns mais atentos dizem isso e aquilo, é "um piloto", um "piloto de fórmula 1, eu acho", entre outras coisas. Mas as referências e respostas terminam por aí.
               Ayrton Senna teve um impacto profundo sobre a minha geração. Representava o Brasil que dava certo, umas poucas partes do Brasil que dava certo...
              Hoje, a maioria dos jovens e adolescentes não faz ideia do que era o país naquela época. Do quanto a auto estima e os problemas sociais rebaixavam qualquer encorajamento, crença nacional ou sentimento de patriotismo. Senna era justamente o inverso. Era a vitória e ascensão de uma nação acostumada ao fracasso. 
             Éramos o "país do futebol" e até aquele dia não ganhávamos uma copa do mundo há 24 anos. Passamos mais de duas décadas sob regime ditatorial e, na primeira eleição direta para presidente, elegemos um corrupto que foi derrubado do poder à força. Senna era nosso último refúgio. O único refúgio.
             Hoje, às vésperas de uma nova copa do mundo, é possível que algumas homenagens e documentários relembrem a carreira e a trajetória do ídolo. Contudo, me pergunto se isso faz sentido agora. Se fará diferença alguma saber quem foi e o que fez, ou se a sua importância estará mesmo resignada às "comemorações" mínimas por datas. 
            Para mim, a recordação ainda emociona muito. As corridas, os títulos e cada ultrapassagem. Eu vivi aquilo como um alucinado.
            Vinte anos. Nunca pensei que diria isso, mas parece que foi ontem.









terça-feira, 22 de abril de 2014

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Tiradentes

Um mártir? 
Um revolucionário que lutou por justiça e igualdade?

Não. Apenas mais um feriado.


             Se perguntar sobre a páscoa parece um exercício inacessível aos jovens e adolescentes estudantes, imagina saber ao certo quem foi, o que fez e a real importância de Tiradentes?
               Mas as coincidências não param aqui. Como as crenças teístas, as histórias de Tiradentes foram também manipuladas em detrimento de interesses diversos. E nisso qualquer um pode encontrar uma boa razão para justificar o seu próprio desconhecimento, já que ninguém ao certo sabe o que realmente aconteceu.
               A imagem do homem imitando a face de Cristo, o heroísmo, a bravura e o despojamento, são apenas alguns poucos dos muitos equívocos históricos que nos fizeram acreditar. Afinal, entretanto, o que sabemos de fato sobre Tiradentes? Quem foi ele? Se não podemos afirmar contextos de há 150 anos atrás, como podemos confirmar tantos outros "fatos" ainda mais distantes no tempo?
               Tiradentes é como muitos outros pontos de nossa história, o nosso calcanhar de Aquiles, a contradição do que não sabemos ao certo, algo que não podemos ou não queremos saber exatamente...
               Hoje, para a maioria, 21 de abril não passa de um merecido feriado. Descanso do caos.









domingo, 20 de abril de 2014

Páscoa

Se eu acredito na páscoa?
Siiiiiiiiiiiimmmm...!**





              Se páscoa significar a "passagem" e o renascimento para mais um ano, uma nova era ou mesmo uma nova vida, se significar o desejo sincero aos meus amigos, familiares e alunos a ressurreição de seus sonhos, de seus ideais e novas esperanças, então sim! Eu lhe desejo uma feliz páscoa! 
             Agora, se você é um estúpido idiota que diz acreditar nalgo que não conhece, e limitando-se a comprar ovos de chocolates preocupa-se em criticar-me aleatoriamente, é bom você ir à merda e enfiar seus ovos de pascoa no meio do seu c*!
              Boa páscoa para quem acredita!











 **  [PS: este post de hoje é sincero e livre de qualquer ironia possível]

sábado, 19 de abril de 2014

Páscoa

Natal = consumo
Páscoa = consumo
Semana santa = consumo
Fé = consumo?


                 Curioso é ser apontado como ateu maldito por "cristãos" incapazes de explicar aos próprios filhos [meus alunos] o verdadeiro significado da Paixão de Cristo, do Natal e da Ressurreição... 
                 A estupidez humana é de fato infinita.











sexta-feira, 18 de abril de 2014

Páscoa

As melhores respostas 
vêm sempre de onde menos se espera...




                 Um aluno me disse:
                 - Eu sei porque comemos peixe para lembrar a morte de Jesus!
                 Eu, já entediado:
                  - Sério? E o que é?
                  - Jesus comeu peixe na sexta feira, por isso até hoje comemos peixe!*
                   Sabia que perderia o meu tempo.
                   - Os conjuntos numéricos representam...


                 PS-1: senhores pais, expliquem aos seus filhos o que é páscoa, a lógica dos ovos e a esquisitice dos coelhos, o bacalhau, o chocolate e a via-crúcis... 
                PS-2: mesmo sendo ateu, já expliquei aos meus filhos o que significam cada um desses itens. Afinal, informação é informação, independente de crenças mil.





[*não é ficção]







quinta-feira, 17 de abril de 2014

Páscoa

Porque coelhos põe ovos 
de chocolate na páscoa?
O que é Páscoa, aliás?



                    Eu pergunto isso em sala de aula e, claro, ouço todos os tipos de absurdos. Tudo é consumo e nada mais. Absolutamente nada mais.
                    É triste ver o quanto pais que creem não se preocupam em explicar aos filhos o significado da páscoa, chocolate [sic!] e a esquizofrênica mistura de coelhos e ovos... Aí sobra para o professor ateu, aqui, dizer o que eles deveriam saber e não sabem.
                    É lógico que para não crer é preciso conhecer, compreender e haver discutido essas e outras questões milhões e milhões de vezes. Contudo, assusta-me o quanto as pessoas creem por crer, simplesmente. E pior: sequer se arriscam em esclarecer aos próprios filhotes as absurdas e contraditórias esquisitices de Cristo morrer, comermos chocolate e peixo cozido num período tão curto de tempo...






quarta-feira, 16 de abril de 2014

Absurdos

Especialistas X, Y e Z afirmam o que você não sabe, o que ninguém sabe, e o que nem eles mesmos sabem.



                Leio com bastante frequência críticas, ensaios, colunas ou simples comentários relacionados a educação brasileira. E sempre me choca o quanto determinados profissionais e especialistas estão descolados da realidade, o quão distante vivem estas pessoas do mundo corriqueiro e triste com qual compartilho, e como suas opiniões influenciam pouco [muito pouco] na prática diária em salas de aula da periferia.
                Busco e fuço artigos que me sirvam de referência, um norte, mas tudo isso agora me parece bobagem agora. Com o passar do tempo certas notícias têm cada vez menos apelo, coerência ou resistência no meu dia a dia. "Os alunos não querem estudar!" "São todos um bando de preguiçosos!" "A escola não muda, os pais não participam, professores mostram-se cada dia mais lenientes!" Essas reclamações já não me comovem mais. Imagine buscar um projeto, uma ideia qualquer que tenha dado certo em algum lugar, em alguma escola... e ainda tanto impossível.
                As ideias que tenho e tive foram incursões repentinas, improvisos e arroubos. Nada mais que produto de incertezas e muito cansaço, de muitas decepções também. Tive uma ideia, por exemplo, de uma sala inteira "comprar" os seus trabalhos de Matemática de outra sala de série superior. A ideia era avaliar os que "vendem" bons trabalhos, e os que sabem como "comprar" também. Para os que compram, a nota será embasada na qualidade do "produto". Para os que vendem, lógico, a ideia era avaliar a capacidade ganhar mais e mais "dinheiro" [elaborado, "fabricado" e criado por mim]. Além, é claro, de observar a capacidade individual de marketing, publicidade, gestão, negócios, compra, venda e a responsabilidade necessária com cada cliente...
               O trabalho, devo dizer, alcançou os objetivos por mim traçados. Mas é pouco, confesso. Tudo ainda esta descolado da realidade [como as críticas e avaliações dos ditos "especialistas"], descolado das verdadeiras necessidades do nosso mundo. Sinto-me perdido. Se eu experimentar não ensinar as equações de 2.º grau, por exemplo, para ensinar técnicas práticas de finanças e juros, é possível que a minha fama percorra os ouvidos dos pais, e o meu emprego esteja ameaçado... 
                É simples. É caos.



















terça-feira, 15 de abril de 2014

Custo x benefício

No ano de 2013, governo gastou ao menos R$ 2.243,00 por aluno no Brasil.



              Sim, o problema é dinheiro, é investimento e é também incompetência. Mas é, especialmente, um problema de ingerência.
             É notável o quanto pessoas desqualificadas e inaptas gerenciam o cooperam para que as escolas tornem-se cada vez menos eficientes. Percebo todos os dias que estou cercado de idiotas incompetentes sempre prontos para reclamar, queixas prontas, de soluções esparsas nas mãos.
              O caos ri-se de nós todos os dias. E nem o notamos.







segunda-feira, 14 de abril de 2014

Empresa?

Professores ou administradores? 
É preciso escolher definitivamente e refundar o nosso modelo escolar...





                Porque professores têm de gerenciar uma escola, um grupo de outros professores e verbas administrativas? Porque nós, professores, que formamo-nos para lecionar e agir dentro de sala de aula, somos encarregados de administrar as unidades escolares? Pior que isso, há quem brigue [e muito] por essa espécie abstrata de poder...                

                Choca-me que ninguém diga nada a respeito. Ao contrário, a maioria irrita-se com comentários desse tipo. Mas, ainda assim, cabe uma reflexão que creio seja importante: tenho eu [ou qualquer outro que tenha se formado professor] talento ou habilidades específicas e adequadas para gerenciar toda uma escola? 
               Creio que não. Sinceramente não.
               Se essas habilidades e talentos houvessem, verdadeiramente, é certo que nenhum de nós perderia a oportunidade em praticá-la em larga escala nas principais empresas do Brasil. Mas, ao invés disso, aventuramo-nos em regiões difusas onde os desafios requerem muito mais um pessoal qualificado [especialista eu diria] e muito mais hábil no trato administrativo que qualquer professor genial. 
               Eu, por exemplo, dou aulas de matemática em escola pública e privada. Exerço minha profissão de formação por quase dez horas por dia, de segunda a sexta [sem contar o tempo gasto na ida e vinda sob o caótico transporte coletivo] e não me imagino de forma alguma agindo com a papelada administrativa que uma escola exige, a burocracia e as parcas verbas, as regras de gastos e os investimentos, gerenciamento de pessoal, etc., etc., etc. Contudo, vejo que muitos colegas professores também não têm essa habilidade [e aqui não há um desrespeito gratuito ao profissional, mas sim uma constatação sincera] e perdem-se ora em ideologias incipientes, ora em esforço improdutivo, ou mesmo numa forma de "encostar-se" e fugir da sala de aula para ocupar-se em funções mas "leves" e sem maiores cobranças [sim, sabemos que isso ocorre, e muito].
                 Se o que estou dizendo não fosse verdade, não teríamos tanta ingerência e tanta incompetência no trato da coisa pública, tantos desmandos nas Diretorias de Ensino, tanta demora na resolução de simples questões, de problemas irrisórios, bem como no melhoramento contínuo da qualidade da escola em si [o objeto principal, aliás]. Que tente um professor solicitar algum tipo de material, qualquer coisa, e verá o tamanho da incapacidade da escola [e sua respectiva "administração"] em solucionar o caso, em subsidiar o docente à uma aula minimamente decente. E questionar os gastos de verbas, então, nem pensar...
                Professor é professor. E não "pessoal administrativo".
                Caos é caos.















   

domingo, 13 de abril de 2014

Ñ é B (parte 97)


Da série "escola não é brincadeira":













sábado, 12 de abril de 2014

Ñ é B (parte 96)


Da série "escola não é brincadeira":

(Eu uso isso todos os dias para ganhar dinheiro)













sexta-feira, 11 de abril de 2014

Lógica (fim)







Sexta feira não é dia de lógica. 
É dia de aguardar o merecido descanso.








quinta-feira, 10 de abril de 2014

Lógica

Série Raciocínio lógicoparte 4.

Serei repetitivo? Sim! Sempre!

Ao conhecimento não é algo importante para a maioria. 
A estupidez humana é infinita (...)



            Encerro a semana com o 4.º post e reiterando uma antiga constatação: o conhecimento é absolutamente desimportante.
            Para mim, cada dia mais se impõe a ideia de que a educação "obrigatória" é estúpida, estapafúrdia e improdutiva. Obrigar que milhões de jovens e adolescentes frequentem por 12 anos o ambiente escolar [9 anos no E.F. + 3 anos no E.M.] não é só imoral, é esdrúxulo. É irracional e é ilógico.
              O modelo ideal? Não existe, eu sei que não! 
              Contudo, penso que melhor seria se a escola fosse livre; estuda quem quer! Estuda quem acha que precisa [e para necessidades pontuais e específicas, claro].
               A única "obrigatoriedade" se daria no Ensino Fundamental 1, o antigo "primário". Afinal, nessa idade nenhuma criança possui discernimento suficiente para decidir sobre a própria educação.
               Observo com muita tristeza [muita mesmo] a inabilidade extrema de jovens estudantes, que desinteressados do conhecimento escolar, acham tudo "chato", "entediante" e "inútil". Imaginem só. Dizer que todo esse conhecimento ofertado é "inútil" é como dizer que toda a evolução de nossa sociedade deu-se por acaso.
               Numa sala de aula, talvez mais  que em qualquer outro lugar, eu consigo observar com muita clareza o que é a nossa sociedade: uma maioria alienada e egoísta, uns poucos preocupados e interessados, e uma minoria severa que modifica e qualifica o conhecimento, as novas ideias e os nossos próprios paradigmas*.
           Se um adolescente de 17 anos esta numa sala de aula, para aprender e desenvolver novos estudos e, ainda assim, apenas conversa e durante todo o ano somente tira notas pífias, é certo culpar os professores, a escola ou o "sistema"? É engraçado como tentamos buscar culpados outrem. E o sujeito, que deveria ser "responsável" pelo seu não interesse, pela sua não dedicação, na verdade acaba tornando-se o inocente intocável de toda a estória.
              E o "sistema"? O que vem, de fato, a ser isto?
           Trabalhando há anos em escolas públicas e privada nunca observei qualquer intervenção direta, objetiva, de qualquer diretor, coordenador ou um dono de escola nas minhas provas, nos meus trabalhos, ou em qualquer projeto que eu tenha realizado. Se  essa sabotagem existe, ela esta acima de nós. Muito acima. E não na preguiça ou leniência familiar. 
        Dizer que um jovem não se interessa pela escola simplesmente porque ela não se adéqua aos seus prazeres é idiotice. É preciso que ele saiba, primeiro, o efeito positivo do que estamos tentando lecionar. Depois, espera-se, os frutos são colhidos um a um. E os frutos são o conhecimento. Tal qual o médico que receita um remédio amargo, que causa certo desgaste e sofrimento momentâneo, porém, mas que em seguida mostra-se eficaz no seu efeito: o tratamento e a cura da doença.
              E o que vejo hoje: tudo é chato por antecipação!
             Dividimos a atenção deles com o Futebol, o Facebook e o Funk. Entre tantos outros "F's"...
              O aluno dedicado ri à toa pois sabe que não tem concorrência a altura. Saboreia o conhecimento de exatas, humanas e biológicas como o cego pressente o fogo, mesmo sem poder enxergá-lo...
                Caos, no 4.º grau.













*Goooooooooooooooooooooooooooooooogle. 






              
               

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Lógica

Série Raciocínio lógicoparte 3.

A espécie humana é realmente fascinante: algumas de suas descobertas ou foram por "acaso", ou por necessidade de fazer guerra.


             Há um conceito lógico na raça humana que ao longo da história repetiu-se com exata frequência: o das descobertas ao acaso ou das guerras.               É notório que a corrida espacial americana deu-se simplesmente por mera concorrência com os Soviéticos, contudo, quantas descobertas e desenvolvimento tecnológico a humanidade não obteve com isso?
           A penicilina [vai, corre pro Google] é um excelente exemplo. A medicina dividiu-se em partes distintas após sua invenção, assim como outras tantas descobertas.
          Mas, apesar disso, a grande e imensa maioria das descobertas decorreram de mutia pesquisa, muito esforço e estudo por parte de cientistas, pesquisadores e curiosos. Se assim não fosse, como teríamos os satélites, fibra ótica, próteses, TV e procedimentos cirúrgicos avançados? Imagine abrir o crânio de um ser humano, operar o cérebro e fechá-lo novamente de maneira intacta! Como isso seria possível sem todo o conhecimento advindo das pesquisas e estudos? Por essas e outras razões [muitas e muitas] procuro combater em sala de aula a ideia estúpida e idiota de que os estudos são um "fardo", um peso e algo desnecessário para a nossa rotina prática. 
           Jovens e crianças [todos eles preguiçosos e arrogantes] se vangloriam de não importar para o seu futuro esse ou aquele conhecimento específico, em especial os cálculos [a matemática!] já que os cursos universitários que escolherão nada tem a ver com a área das exatas. Eu, diferente dos tempos iniciais da minha carreira, evito as longas explicações acerca da importância dos cálculos etc., e limito-me a lamentar minha triste observação dos tempos atuais: vivemos uma era de brutal estupidez.
              Atribuo à vida farta e aos infindáveis confortos o intenso desprezo pelo conhecimento. Observo as queixas dos colegas professores, observo a preguiça de certos professores, e noto que há relação entre aprendizado e necessidades específicas. Para quê um jovem bem alimentado se dedicará ao profundo estudo das diferenças entre as Américas, por exemplo? É irracional imaginar que um adolescente munido de TV de LED e vídeo game, Notebook e celular ultra moderno dentro do seu quarto encontrará alguma necessidade de conhecer esse ou aquele contexto. Eu, no seu lugar, não sei dizer se estaria interessado em qualquer outra coisa que não fosse o meu próprio nariz.
             O futuro, imagino, é profundamente sombrio. O conhecimento estará cada vez mais nas mãos de poucos. E conhecimento é poder. Observo isso em sala de aula com clareza solar. Alunos dedicados e aplicados assumirão os principais cargos [reservadas as devidas exceções, claro] enquanto que a maioria conformar-se-á em serem meros consumidores e recebedores de informação. 
             A mim, resta o caos.


















terça-feira, 8 de abril de 2014

Lógica

Série Raciocínio lógicoparte 2.

Se você não é capaz 
de compreender uma questão importante, 
você certamente precisa dessa questão 
mais que qualquer um.



        Precisar explicar a importância de algo, antes mesmo desse "algo" ser explicado, é tão cansativo quanto importante. Exemplo: sempre que vou começar um novo conteúdo numa sala de aula, relembro referências importantes e desenvolvo um "caminho" na memória até chegar onde eu quero. Em seguida explico a utilização prática de determinado cálculo [isso ajuda muito] e onde eles podem usar isso e aquilo que vamos estudar. Aí, lógico, uma sequência de exercícios e mais exercícios.
          Já ouvi de professor pai e mãe de aluno que acha um absurdo completo a "quantidade de exercícios que o filho recebe", [coitadinho].
         Se o estudante não é capaz de utilizar todo o imenso tempo que possui para realizar atividades escolares, praticar, repetir e exercitar as lições que recebe, que tipo de profissional será ele quando adulto? Que tipo de adulto será ele quando crescer? 
          Provavelmente o mesmo preguiçoso que hoje conta com a leniência da família.



         Ter dificuldades de compreensão é mais que normal, é parte integrante do processo. Contudo, algumas famílias "facilitam" a vida de jovens e crianças permitindo que desistam e passam a reclamar [junto com eles] de absurdos aqui impublicáveis. Mas as dificuldades não podem se tornar uma desculpa recorrente, praticar e exercitar, procurar os colegas e o professor é mais um entre tantos outros detalhes que ajudam na compreensão do que precisamos estudar.
        Outro exemplo: se numa equação eu preciso descobrir "quantas laranjas" ou "quantos limões" devo comprar numa determinada situação, é lógico que somente a repetição e o erro me farão compreender a melhor maneira de resolver os exercícios. E o que vejo? Preguiça, queixas e mais reclamações...
            Pior que isso: vejo pais e mães coniventes assumindo a incapacidade do filho em estudar esse ou aquele conteúdo. Quando, na verdade, apenas estão transferindo para estes as mesmas frustrações que também tinham desde há época de estudantes. Ou seja, uma droga completa.
            A escola ideal ainda não existe [nem sei se existirá um dia], contudo, é preciso entender que estudar determinadas "matérias", disciplinas e lições, é tão ou mais importante que saber onde e como cada coisa é aplicada no "mundo real". 
             Acaso o estudo de uma equação não é algo real? Preciso mesmo introduzir "laranjas" ou "limões" para que o aluno compreenda que tal conteúdo é importante?




          Vivemos tempos difíceis. Tempos esquisitos. 
         A estupidez e a ineficiência prevalecem, e o mais tolo se sobrepõe. É este infelizmente quem diz que estudar é chato, é este que hoje esta rico sem esforço algum, que se "deu bem". E espalha por aí que escola é chato, que estudar é chato. E que tudo o que há de melhor é somente vídeo game, reality show e internet. 
        Repito: é preciso que os alunos estudem SIM! Que pratiquem SIM! Que saibam resolver problemas de porcentagens, cálculos geométricos, verbos, substantivos e adjetivos. Que saibam quem foram os principais nomes da história. Os compostos químicos e biológicos. Que compreendam outros povos, outras línguas, e que estejam atualizados quanto ao conhecimento técnico e teórico. 
           A prática vem com o tempo, vem com o aprendizado. Vem com esforço e dedicação.
             Imagina se grandes nomes da humanidade houvessem declinado do esforço e dedicação? Como estaria o mundo? Onde estariam as grandes descobertas? Como estaria o mundo atualmente? 
           Provavelmente sem energia elétrica, aquecimento e água limpa, meios de comunicação e tratamento de saúde [para dizer só o mínimo].
        É por isso que, em post's anteriores, já afirmei aqui que o conhecimento infelizmente é para poucos, e que a ignorância sempre reinará sob o céu. Pois é preciso muito esforço para saber, para ser e para ter algo que realmente valha a pena. Algo que não se perca com a chuva e a enchente.
        Caos a todo vapor.      
















segunda-feira, 7 de abril de 2014

Lógica

Série Raciocínio lógico, parte 1.

Como assim, para que estudar Matemática? 
Quantas horas você tem para ouvir as respostas??



            É comum ouvir dos cretinos esse tipo de questionamento. Aliás, é isso mesmo o que fazem os cretinos: questionam simplesmente por questionar. Esvaziam a importância das coisas e criticam aquilo que não entendem.
               Gosto de dizer que, no mínimo, os cálculos matemáticos realizados em sala de aula servem para aumentar a capacidade de raciocínio, concentração e a análise crítica do aluno. Um exemplo simples: uma pessoa que é capaz de debruçar-se num gráfico para "elaborar" um desenho qualquer, por 30 ou 40 minutos com sucesso [como no exemplo abaixo], sem dúvida demonstra uma série incalculável de novas habilidades que o estudante pode desenvolver.
                Contudo, é comum ouvir jovens e crianças repetindo e repassando um velho preconceito de que não usarão essa matemática em nenhum lugar específico, fora da escola, ao longo de suas vidas. Esses conceitos vêm, certamente, de irmãos mais velhos e dos pais, que provavelmente tiveram dúvidas severas em matemática quando na época de estudantes. Isso, infelizmente, muito mais atrapalha que ajuda.
          Uma sequência de exercícios de lógica, de multiplicação, porcentagens, produtos notáveis ou mesmo a conhecida equação do 2.º grau, por exemplo, exige tanto ou mais de uma pessoa quanto redigir e corrigir textos, elaborar raciocínio lógico sobre um contexto histórico geográfico, exercitar habilidades específicas [para dizer só o começo] entre tantas outros pontos positivos. 
           Entretanto, há uma linha corrente de pensamentos chulos que induz o próprio professor a "enfeitar" a matéria para torná-la mais palatável, mais "compreensível", quando na realidade o objetivo principal se perde: o do desafio lógico, crítico e cognitivo. 


        Ler, escrever e calcular é o "básico do básico". E a maioria dos professores que conheço sofre horrores por não conseguir exercitar esse básico. Aí vem meia dúzia de idiotas [na verdade são meia dúzia de milhões  e milhões de idiotas] contestando isso e aquilo, sem de fato terem compreendido o fundamental da questão, a sua importância e as necessidades pontuais de que precisamos estudar.
            Pode, por exemplo, o paciente terminal questionar o remédio indicado pelo médico
            Imagina se a moda pega...
            É caos. Certeza que sim.








domingo, 6 de abril de 2014

Ñ é B (parte 95)


Da série "escola não é brincadeira":