terça-feira, 30 de setembro de 2014

Estúpido!

Cala a boca estúpido!

#Parte2


               Eu já postei aqui longos argumentos acerca dos alunos consumistas, perdulários e exibicionistas. Estudantes que, em plena sala de aula, preocupam-se muito mais [muuuuuito mais] com os objetos eletrônicos que possuem [como celulares caros, relógios inteligentes, tablets, etc] do que precisamente estudar. Isso é uma droga, uma lástima, porque além de atrapalhar muito o decorrer da aula [na verdade até as inviabilizam] demonstram também o quão idiota o ser humano é. E o quanto ele se pauta pelo "que tem" e não pelo "que é".
                 Quando eu era criança me lembro que ficava fascinado com a esfera pequenina que existia [e ainda existe] na ponta da caneta Bic. Queria saber, entender e destrinchar aquela peça a fim de descobrir "como" os caras conseguiam colocar aquele troço lá. Ao longo dos anos, e após muitas outras dúvidas e questionamentos sobre 1 milhão de outros assuntos, vi um documentário sobre a fábrica da caneta Bic [imaginem!] e descobri, entre muitas coisas, que a marca é francesa, e não brasileira, como muitos imaginam.
               Isso aconteceu, importante que se diga, muito antes do advento da internet, google ou a TV por assinatura se popularizar. Estou falando de início dos anos 90, quando algumas coisas ainda eram "mágicas" e o conhecimento [ainda mais raro] também estava concentrado nas mãos de minoriais ainda menores que hoje.
                Aí cresci e descobri o "Windows 95"! Ele superava, e muito, tudo o que a gente sonhava em PC doméstico. Aí vieram os CD's, os DVD's e a música totalmente digital. O MP3 foi [e ainda é] para mim, uma verdadeira revolução tecnológica. Então o avanço da internet, banda larga e todas as mídias eletrônicas [como esta aqui onde escrevo], até chegarmos ao ponto atual da história.
          Sempre que vejo um aluno manuseando seu novo "brinquedinho" tecnológico, que sua mãe provavelmente se matará para pagar em 12 suaves prestações, observo que para ele tanto faz a evolução até ali. Em nada lhe interessa saber o quão avançado aquela interface é, as dinâmicas e os avanços científicos contidos naquele pequeno objeto eletrônico. Pior que isso: vejo-os ansiosos por outros e outros modelos mais novos, mais caros e mais "invejados" pela maioria.
               Eu tive um professor, nesses mesmos anos 90, que olhava para nós e lamentava profundamente a nossa estupidez, nossa idiotice e cretinice. Ele nunca disse isso, mas eu sei [hoje] pela cara que fazia, que era isso mesmo o que ele pensava de nós. Tenho vontade de encontrá-lo novamente e pedir-lhe desculpas. O mundo piorou muito desde então. 
          Uma minoria fez o mundo avançar, como sempre foi, e a massa de estúpidos-idiotas-cretinos cresceu exponencialmente de lá pra cá... Um abraço professor Gilberto [Matemática] e professor Newton [Física]!

               Continua no próximo post!


             






segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Estúpido!

Cala a boca estúpido!

#Parte1


          Todo professor mediano sabe. Qualquer pessoa razoável sabe. Um sujeito idiota e mais esclarecido também sabe: o conhecimento esta nas mãos de uma minoria. [E põe minoria nisso. Minoria mesmo!]

           Pensemos o seguinte:
           De cada cem estudantes de Ensino Médio, quantos conseguem resolver, por exemplo, o DESAFIO 749? Destes, quantos gostam de matemática ou outra disciplina de exatas, por exemplo? Destes, ainda, quantos irão se formar na faculdade em algo relacionado às exatas? E, ao final de tudo, após todo esse longo processo, quantos farão qualquer diferença no mundo? Quantos realmente serão lembrados, realizarão algo "grande" para o planeta, e terão sua existência celebrada pela humanidade? Poucos, né?
            Tá bem, eu exagerei... Ser "lembrado pela humanidade" é um pouco demais, concordo! Contudo, é consenso que poucos seres humanos [poquíssimos!] são de fato essenciais à história da nossa civilização, avanço e existência enquanto sociedade... E esse número, essa quantidade de pessoas relevantes à nossa evolução social, tecnológica, filosófica ou científica é, e sempre será, infinitamente menor que a quantidade de habitantes na Terra.
            Falo isso por experiência própria: a minha observação em sala de aula me diz, me garante, que a imensa maioria das pessoas interessa-se muito mais por "consumir" que por "produzir". E é muito difícil para mim, por exemplo, como professor de escola pública de periferia [que não possui sequer uma máquina de xerox para fotocopiar provas e atividades escolares] realizar e "construir" novos "produtores" e não apenas meros "consumidores".
            No meu índice, no meu dia a dia, esse número [que já é muuuuuito pequeno, mas existe] cai vertiginosamente. Tenho de lidar com alguns jovens de 17 anos completamente analfabetos, inclusive, e que foram "empurrados" e aprovados até o Ensino Médio sem saberem coisa alguma do conhecimento escolar básico. Mas o meu questionamento continua: e você, é essencial ao mundo? Em qual "lado" desse planeta você esta? Você será lembrado?
              Continua no próximo Post!








domingo, 28 de setembro de 2014

Domingo

                              Só falta humor!






[O pior do ser humano é o próprio ser humano]

sábado, 27 de setembro de 2014

Sábado

                              Só falta humor!






[O pior do ser humano é o próprio ser humano]

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

#1 Preconceito

Você é uma 
pessoa preconceituosa?




     Um professor, para mim:
     - Acho um absurdo dois homens se beijarem!
     - Como assim? - eu lhe pergunto.
     - Eu não tenho nada contra! Mas não acho certo dois homens se beijando na boca... Isso é um absurdo!
     - Deixa ver se eu entendi: você não é homofóbico, você só não os quer por perto?
     - É...
     - Mas isso é homofobia... É preconceito!
     Alguns segundos de silêncio.
     - Sim - ele "lamenta" - eu sou preconceituoso mesmo... Confesso que sou!
     Chega uma terceira pessoa. Eu faço um resumo acerca do teor da conversa.
     - Ué - diz a terceira pessoa - pelo menos ele reconheceu que é preconceituoso!
     - Como assim? Se ele "confessar" ser preconceituoso, tudo bem?
     - Claro! Mostra que é uma pessoa realista, que fala o que pensa!

[...]

      Eu ia dizer que os nazistas fizeram a mesma coisa quando eliminaram 5 milhões de judeus, por considerar que os judeus representavam uma "raça" inferior. Os nazistas faziam questão de externar a sua opinião a esse respeito, especialmente quando diziam que judeus [como os ratos] transmitiam doenças etc. O nazistas eram bem "realistas" ao fazê-lo.
      Ia dizer. Mas não disse.

[...]

     Sei lá. Tenho uma sensação estranha de que eu não verei [e provavelmente a minha geração também não] uma mudança significativa de mentalidade e compreensão acerca da diversidade, e do quanto ela [a diversidade] é melhor para a mundo...

[...]

     Algumas discussões se encerrram antes mesmo do início.
     Thank's Caos!



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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

#2 Preconceito






Mulheres criam meninos 
preconceituosos e machistas.


Mulheres criam meninas 
submissas e emocionalmente frágeis.






quarta-feira, 24 de setembro de 2014

#3 Eleição

A escola é o reflexo da própria 
sociedade [negativamente falando].



              Numa eleição, o que menos importa são as propostas realistas e as possíveis conquistas. Vale mais o conchavo, o apadrinhamento, troca de favores e o voto amigo. Sim, estou falando das eleições escolares [nosso atual trabalho]. Mas as afirmações anteriores servem também para a nossa soiedade em geral.
              Incrível como jovem não ouve nunca, e como insiste em repetir os mesmos erros clássicos. Dizer que é preciso escolher os melhores candidatos, as melhores ideias e ideiais, é como gritar ao vento. No mais, fica claro que ninguém dque desde cedo o ser humano é moldado para um olhar superficial das coisas. Para estes, como para todo o resto do planeta, tanto fez como tanto faz [sim, generalização burra para causar]...
               Caos, você esta eleito.




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terça-feira, 23 de setembro de 2014

#2 Eleição

Somos todos povo, somos a maioria. 
Somos todos culpados e lenientes.



             Segue a "campanha". Professores cedem suas aulas, alunos/candidatos confeccionam cartazes, panfletos e difundem ideias. Uns poucos trabalham e uma maioria gigantesca nada produz, nada realiza, em nada particiapa. Olho esses alunos e penso, não seriam estes o próprio povo?
             Alguém será eleito, sem dúvida, e alguém tomará pra si o poder num mandato legítimo. Entretanto, o que a maioria, o povo [os alunos preguiçosos que nada produzem] tem a dizer? Que consciência ou capacidade possuem para cobrar e reivindicar direitos específicos?
              Eu, acompanhando todo o processo em meio ao caos, à bagunça dos alunos e uma certa desordem que se estabelece a cada minuto, não me canso de olhar para estes sujeitos passivos, o povo. Sim! São eles a massa moribunda que nada realizam, a maioria brinca, atrapalha, não se interessa pelo processo em si, olham o relógio a todo momento. Querem ir embora. Engraçado mesmo, para não dizer triste.
               "A juventude salvará o mundo!" Só que não...
             Esses jovens são tão preguiçosos e desinformados, desinteressados, quanto os seus próprios pais. Belchior estava certo. Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais...
               Toca o sinal, todos vão para casa. Vejo nos rostos alguma alegria e alívio pelo final das aulas. A maioria não se importa mesmo. Não se importam hoje, e talvez não se importem amanhã, quando as eleições forem verdadeiras.
               Uns poucos estão preocupados, os alunos/candidatos  Querem fazer bem feito, representar sua sala com dignidade. Mas estes são poucos, insisto. Todo o resto esta na rua e já se esqueceram desse trabalho escolar, das eleições, da verdadeira importância que essas coisas têm em suas vidas.
                Tenha um bom dia, caos.


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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

#1 Eleição

Trabalho realizado em nossa escola revela 
a incapacidade do brasileiro médio



           Já falei aqui em inúmeros posts acerca da letargia que observo nos alunos ao longo desses anos de carreira, em escolas públicas e particular, mas esse novo trabalho evidenca uma nova questão que aqui irei abordar no decorrer dos dias.
           Seguindo na mesma sequência de preocupação de causar interesse nos alunos, alguns professores [inclusive este que vos fala] concordaram em aproveitar a chegada das eleições 2014 para realizar um trabalho também sobre as eleições. Contudo, a proposta é que canditados e eleitores sejam os próprios alunos.Todos estudantes do ensino médio.
         A ideia, claro, é muito simples: qualquer um poderá se candidatar a presidente, governador, senador e deputados federal e estadual. Cada partido elencará propostas e gravará vídeos publicitários [de no máximo um minuto cada] bem como produzirá material gráfico, propaganda na internet e etc. A apresentação de propostas é livre, e cada grupo de alunos [cada partido, na verdade] deverá convencer os demais colegas [eleitores] a votarem em suas ideias.. E é aqui que começamos a nossa triste saga.
          Na verdade, esse trabalho mostrará, ao longo dessa semana, o verdadeiro reflexo [negativo e positivo] do que é a nossa sociedade brasileira: o das promessas inviáveis e impossíveis, performances "engraçadas" e estrambólicas nos vídeos publicitários com intuito de apenas chamar a atenção, e uns poucos com bom senso lutando para propor melhorias efetivas à escola e à sociedade [mas que, lógico, quase não serão ouvidos].
          Acompanhem os vídeos em "Matemática TOP", no Facebook e Youtube, e fiquem à vontade para comentar.
          Caos, eu voto em você.
       


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domingo, 21 de setembro de 2014

Domingo

                              Só falta humor!







[O pior do ser humano é o próprio ser humano]

sábado, 20 de setembro de 2014

Sábado

                            Só falta humor!





[O pior do ser humano é o próprio ser humano]

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Desafio 749

Arrogância não é o 
mesmo que cobrar.





               Eu não sei vocês, "senhores" pais, mas os meus resultados foram catastróficos...
               Mais de 73% dos meus atuais alunos não souberam resolver com extatidão o DESAFIO 749 [todos estudantes do ensino médio]...
               E o seu filho?

               Se o ser humano não deseja estudar, tenha ele a idade que for, nem os melhores professores do mundo serão capazes de influenciá-lo. Pensem nisso antes de encontrar um "culpado" para os seus erros...


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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Desafio 749

Será que o seu filho estuda de verdade?
Vale a pena tanto esforço?






                   Senhores pais [principalmente os chatos] faço-lhes um desafio: surpreenda o seu "filhote" com essa conta, e observe-o resolvê-la.
                    O meu objetivo é simples: se vocês pensam mesmo que o professor é culpado de tudo, atente para a sua capacidade [ou não] de resolver uma multiplicação simples como essa. É provável que você se surpreenda, negativamente...


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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Periferia carente é o c******!!

Parte 5 

                  A periferia carente e desprotegida do passado não se aplica mais hoje em dia. Temos problemas, sim, mas vida por aqui melhorou muito. Muito mesmo.
                  Algumas pessoas se incomodam demais com essa verdade, e outras faturam alto com esse estigma de "bairro coitadinho". Mas a realidade é outra, as casas estão equipadas com todo eletro eletrônico que se pode imaginar, os filhos andam bem vestidos, bem cuidados e, salvo exceções, há uma efevercência no dia a dia na periferia. Aqui tem de tudo, aqui acontece de tudo. De bom e ruim.

                 Dito isso fica claro que o principal problema é, ainda, a formação acadêmica e cultural dessas pessoas, há muito em defasagem...
                 E nós, professores que moramos e trabalhamos nesses lugares, lutamos demais para conseguir transformar essa realidade. Contudo, é notório que esse tipo de coisa [o avanço social através do conehcimento e dos estudos] não lhes interessa. Se há alguma carência na periferia, essa carência é de consciência. Consciência de que comprar carro, moto e geladeiras, TV de plasma e fazer churrasco para os amigos de vez em quando, não é um avanço social que se sustente. Ninguém vai muito longe só porque, de repente, passou a consumir mais e melhor. É preciso estudo, boa formação cultural, conhecimento profundo das coisas, para que os bairros avancem de verdade. E infelizmente, conforme vejo no dia a dia por aqui, essas ideias são recebidas com cansaço, preguiça e completo desinteresse.
                Espero sinceramente que as pessoas parem de imaginar a periferia como um "conglomerado" de pessoas necessitadas e à margem da sociedade. Eles têm tudo. E ao mesmo tempo não têm nada. E a culpa também é deles...



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terça-feira, 16 de setembro de 2014

Periferia carente é o c******!!

Parte 4


                 Tenho ouvido as campanhas falarem de melhorias na educação e, na maioria das vezes, o que vejo são objetos completamente descolados da realidade. O tema principal em comum é o da tecnologia, como arma de alavancagem do aprendizado, mas ninguém explica como e de que jeito as coisas serão feitas.
                Trabalho numa escola completa: equipamentos modernos de informática, sala multimídia [com 2 opções, aliás] biblioteca e um grupo de profissionais sempre à disposição. E que acontece? Nada... o desânimo e o desinteresse dos jovens ainda é maior que tudo...
                Leva-los para sala de informática é sempre um suplício: não sabem usar a máquina para outra coisa que não seja redes sociais, funk e/ou pornografia...

               Fico indignado quando se diz que a periferia é 100% carente. Isso não é verdade. Estamos aqui, bem no meio dela, todo os especialistas nas mais variadas disciplinas escolares e, no entanto, a apatia dos jovens é ainda superior a isso tudo. O que fazer? Eis a questão de 1 milhão de dólares...



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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Periferia carente é o c******!!

Parte 3

               Eu entro na sala, organizo minha mesa e aguardo o silêncio da turma. Em minha mente eu sei que tenho um tonelada de conteúdo para passar, mas a maioria não esta interessada em nada disso.
                Então eu começo, coloco algo na lousa ou entrego uma folha com o tema, ou as duas coisas. Insisto para que resolvam os exercícios. Insisto e insisto. Peço para uns que guardem o celular, o tablet [sic!] e que desenvolvam a atividade que propus. Então conto alguma história, falo um pouco sobre aquele tema. Insisto novamente. Mas nada.
                 É sempre assim, todos os dias. Foi sempre assim, em escolas de periferia...
                 Não se trata de terem dificuldades, trata-se sim puro desinteresse. A maioria não acha que os estudos são importantes... A imensa maioria.
                 Então olho o relógio, vai acabar a aula. Três alunos, talvez quatro ou cinco ralizaram a atividade, corrijo, oriento e parabenizo. Foram os únicos. As outras dezenas se concentram em baralho, dominó ou jogos eletrônicos, internet e músico ao fone de ouvido. Eles se interessam pela educação? Nao. Definitivamente não...
                  O curioso é que eles têm ao seu alcance especialistas formados em  Matemática, especialistas formados em História, em Geografia e Ciências, especialistas formados em línguas Estrangeiras e também Portuguesa! Um verdadeiro centro de excel~encia bem ali, na palma de suas mãos e... no entanto, nada disso lhes atrai...
                 O governo não faz nada por esses jovens?
                 A sociedade não faz nada por esses jovens?
                 Quanta bobagem... Esses jovens não desejam estudar, nem o conhecimento nem coisa algum. Eles já têm tudo o que precisam pois seus pais lhes deram: roupas caras e um celular da moda...
   



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domingo, 14 de setembro de 2014

Domingo

Só falta humor!



                                                       Pronto. Essa é a piada.



[O pior do ser humano é o próprio ser humano]

sábado, 13 de setembro de 2014

Sábado

Só falta humor!




[O pior do ser humano é o próprio ser humano]

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Periferia carente é o c******!!

Parte 2



               A escola é ÚNICO braço do Estado que ocupa todos os lugares da cidade ao mesmo tempo. Começo repetindo a frase do último post. É o ÚNICO mesmo. Nem polícia, hospitais ou saneamento básico superam tamanha abrangência...
               Porque, então, isso não melhora a vida das pessoas?
               Tenho uma ideia: as pessoas não se importam com a educação. Nem os jovens, nem seus pais, nem a sociedade organizada de maneira geral. Quando se importam, é da boca pra fora. Essa é a verdade na prática que observo todos os dias.
                Mandar o filhos pra escola, obrigá-los a frequentar as aulas não é suficiente. Não é nem o começo. É preciso que se dê valor aos estudos. Que a família cobre se seus filhos resultados, sim, como uma empresa cobra de seus funcionários. Entretanto, como convencer jovens e crianças a estudar se eles já têm tênis de marca, celular de última geração e todo o conforto possível? O que mais lhes falta? Nada mais, é claro... Todo o resto é desconforto...
                 Se a escola fosse importante, os próprios alunos não a depredariam. E isso, infelizmente, não tem sido a exceção...





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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Periferia carente é o c******!!

Parte 1



              Imagine um lugar na perifeira onde todos possam entrar. Imaginou?
               Agora imagine este lugar aberto e cheio de oportunidades, um lugar que não discrimina, que não pergunta se você pode ou não pagar, um lugar bem no meio da perifeira que possa modificar a vida das pessoas... Pensou bem?
              Imagine esse lugar oferecendo a oportunidade de conhecimento avançado, bem no meio de uma favela, por exemplo, oferecendo alimentação de qualidade, material de qualidade, corpo de profissionais qualificado...
                Esse lugar existe. É a escola.
               A escola é único [o ÚNICO] braço do Estado que esta em todos os lugares, todos os dias, o dia inteiro, grátis e acessível, nos bairros mais profundos, mais perigosos, mais distantes... E no entanto, o que ouço na mídia? "O Estado é totalmente omisso nas periferias..."
               Não posso concordar...

               Ainda não temos a ecola dos sonhos, é verdade, mas esse fato é irrefutável: ela esta lá, 24 horas por dia, 7 dias por semana... Só não a usa quem não quer [e a maioria não quer]. Essa é a verdade.


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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Bebê




                  A aluna  teve o bebê  no mesmo dia.
                  Mãe e criança passam bem. Ou eu deveria dizer "criança" e criança passam bem? Sei lá...

                  Agora virou piada na sala, claro, toda vez que eu entro: "alguém aqui vai ter um bebê hoje?"



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terça-feira, 9 de setembro de 2014

O quê?





          - Professor?
          - Sim.
          - A bolsa dela estourou...
          Eu paro, olho, não entendi nada.
          - A bolsa dela, professor, acabou de estourar!
          A moça ao fundo da sala, minha aluna, grávida de 9 meses e que não tem 17 anos completos, acabara de dar início ao nascimento do seu bebê.
          Eu, da minha mesa, fiquei completamente paralisado.

          E assim começou mais um dia no meu trabalho...





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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

"Faltou luz mas era dia"








Segunda feira.
Acordo cedo.
Vou pra escola.
Chego na escola.
Não tem luz.
Volto pra casa.
Não faço mais nada. Escrevo esse post. Agora você lê.







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domingo, 7 de setembro de 2014

Domingo

Só falta humor!




[O pior do ser humano é o próprio ser humano]

sábado, 6 de setembro de 2014

Sábado

Só falta humor!




[O pior do ser humano é o próprio ser humano]

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Star #1

Brilho 




              Entro na sala de mal humor. Ocupo minha mesa, abro o diário de classe e procuro a ordem dos nomes, números e começo a fazer a chamada. É realmente cruel estudar matemática [e qualquer outra coisa] às 7 horas da manhã...
                Esta é a pior sala da escola, com o maior número de alunos indisciplinados, repetentes e de casos graves de violência e até criminalidade. É humanamente impossível ouvir minha própria voz. Sigo chamando pelos nomes, em ordem alfabética, a maioria não me escuta. Eles gritam, riem e berram qualquer coisa com seus fones de ouvido no último volumo. É crime estadual, mas ninguém obedece a lei que proíbe o uso de aparelhos celulares dentro das escolas.
Chego na letra S, paro, observo novamente. Que raio e nome é esse? – eu me pergunto. Então repito-o em alta voz:
              - Star Torres Silva!
Parece que não estou ali, que não há regras, leis ou normas a serem seguidas. Então eu berro novamente:
              - Star! Quem é “Star”?
               Do outro lado, sozinho e quieto, um menino desmilinguido ergue o dedo. “Presente”, ele diz. Suas roupas não são das melhores [a maioria dos seus colegas de sala adora exibir marcas e etiquetas], e sobre a cabeça um boné esfarrapado. Minha nossa... o que há de errado com essas mães?
            Star, meu amigo – eu penso, olhando-o à distância - você esta mesmo presente. Entretanto, nesse céu você não brilha...


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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Star #2

Incandescente




                 Durante uma semana eu olho aquele menino. É só mais um,  igual a todos os outros, “depositado” dentro da escola à espera que façamos o que a própria família não faz.
          Uma rodada intensa de exercícios, cadernos, correções e muita explicação por dez aulas seguidas. Então avaliação. E surpresa.
                 É difícil controla-los, exigir silêncio, ordem e concentração na prova. Em pé, frente a todos, observo com atenção as tentativas de colar... A maioria é amadora e esquecem que eu também já fui estudante um dia...
            Star, junto a mim, esta sentado na primeira mesa. Coça a cabeça, parece irritado com o conteúdo, como quem não entende direito. Parece incomodado com a minha presença tão de perto. Era o que eu imaginava.
Mais tarde, em casa, corrijo as avaliações. Star é um dos poucos com notas azuis. A letra é sofrível, tudo a caneta [pois não tem lápis] mas os cálculos fazem total sentido. Fico surpreso. Teria colado? – essa foi a minha primeira reação. Impossível, não avisei a ninguém sobre a prova. Não lhes dei tempo para planejar qualquer cola...
           No dia seguinte lhes devolvo a prova, com as notas e os devidos comentários, deixo a de Star por último. Ele a toma, olha para sua nota, volta para sua mesa e reclama consigo mesmo. Esta insatisfeito. Esta descontente com o “resultado”. Eu, da minha mesa, estou curioso: ele esta descontente porque colou ou porque estudou? Star, sem notar, causa uma confusão imensa na minha cabeça...

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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Star #3

Estelar
  


              Algumas aulas após Star vem à minha mesa para questionar a sua nota. Fiquei estarrecido.  Se tivesse colado, seria muita audácia e cara de pau. Se não, era normal que o fizesse.
        Ouvi atento aos questionamentos e, depois de alguns minutos, concordamos que boa parte dos erros havia sido corrigido de maneira correta, exceto uma questão que valia mais pontos. Resultado: aumentei sua nota e anotei no diário de classe. Star mostrou-se satisfeito. Voltando-se para sua mesa, deu um soquinho no ar de tamanha alegria.
              Na aula seguinte, ainda intrigado com a estrela distante daquela sala, propus um grupo de lições e correções onde um corrigia e tirava as dúvidas do outro. Star dominou. Star comandou todo o processo do seu grupo. Star liderou todo o exército atrás de si.
              Eu, longe dali, tentava entender o que era aquilo.
             É como se Star vivesse num mundo só seu. As roupas não importam, a mochila nova de marca, os materiais caros. Nada disso parece seduzi-lo. É primeiro a executar meus pedidos. Sempre termina primeiro e nunca me dá trabalho. Às vezes, ouço-o xingando e afastando de si alguns gracejos e comentários preconceituosos dos colegas. Jovens e adolescentes são extremamente cruéis quando assim desejam. Mas Star não esta nem aí, não preciso me preocupar com ele. Star vive no seu próprio espaço.


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terça-feira, 2 de setembro de 2014

Star #4

Triste
  



              Conversei com alguns colegas professores mais próximos, acerca do desempenho e comportamento de Star em outras disciplinas. Ninguém se lembrava dele. Ninguém sabia de quem se tratava. Teria eu sonhado? Esse aluno existe mesmo ou é minha fantasia?
          Numa outra aula ele trouxe o caderno e pediu que eu vistasse, aproveitei para indagá-lo sobre seu nome. ""Porque seu nome é 'Star'?" Ele deu um risinho sem graça, baixou os olhos e nada me disse. Voltou para sua mesa quieto, como sempre, silencioso, admirando qualquer coisa nas lições riscadas nas folhas brancas. 
             Nesse dia faltou luz, todos gritaram e bateram sobremesas e cadeiras. Star sorriu. Apenas isso. Foi o primeiro sorriso espontâneo que eu vi. Depois disso seguiu na sua lógica silenciosa, e não sorriu mais. 
             No dia segiunte alguns professores vieram me dizer que tinham visto Star sorrindo, e que agora se lembravam do menino. Star, de repente, passou a ser uma incógnita não só para mim, mas para umalegião de outros profissionais da escola, soldados da educação. Star era a própria incógnita.



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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Star #5

Solitário
  

         Então outras vezes entreguei novas notas. Star sempre os melhores. Numa oportunidade especial, chamei-o para perto e lhe dei alguns elogios, não é fácil ser bom no meio do caos. E ele era. Não sei se me compreendeu, mas mostrou-se apressado para livrar-se de mim e voltar para sua mesa. A verdade é que Star não precisa de mim. Star não precisa de ninguém.
      Então, fiquei pensando nas suas chances no mundo, e nas chances que o mundo lhe daria. Sua aparência entristecida não o ajuda. Sua postura ressentida menos ainda. Terá alguma chance lá fora? - eu me perguntava, observando-o.
        A sina de Star talvez seja, penso eu [divagando sobre o nada] a sina da maioria de todos nós: a de econtrar um caminho certo e seguro, onde possamos viver em paz o nosso próprio mundo. As nossas próprias incertezas. Star segue sozinho. Star segue bem o caminho.



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