sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Provas

Prova! Hoje tem prova!!
Alunos jamais entenderão qual a sensação de estar do outro lado...



          Essa semana comecei um ciclo de avaliações com meus alunos. As primeiras provas de matemática do ano.
           Praticamente todas as salas e séries fizeram provas. E além da pilha de coisas para corrigir, organizar e lançar no diário de classe, uma outra sensação conhecida me visitou por esses dias também: a angústia.
            Quando eu era aluno minha agonia e medo não eram diferentes do que vejo agora no rosto de cada aluno que tenho, principalmente em se tratando de Matemática e todos os seus estigmas. Hoje, entretanto, na posição de professor, sinto-me por vezes desconfortável e um tanto ansioso, às vezes mais que os estudantes cujos quais avalio.
             Sou rígido, sim, pois quero o melhor e o maior aproveitamento possível. Não me contento com pouco, lógico, e nem o poderia. Mas avaliar alguém, dar-lhe uma nota (caramba!) isso é muuuuito sério!
             Lembro-me da primeira vez em que corrigi uma prova, os dilemas e as dúvidas: "que nota eu dou para essa pessoa?" "Qual nota essa pessoa realmente merece?" "Levo em conta o esforço? Ou é preto no branco, certo ou errado?"
              Professor também fica em dúvida, também se irrita com o frio, calor e o trânsito. E corrige provas conforme o dia, o tempo, a vida e os muitos problemas pessoais que tem. Tudo influencia. Absolutamente tudo. E se o aluno ajudar, se esforçar mesmo, isso conta tanto quanto (ou mais) que uma resposta certa ou errada
             Tenho alunos que jamais deixarei com média vermelha, por exemplo, exatamente por ter consciência de que nunca serão gênios da matemática, mas que se esforçam tanto e tanto, que merecem uma nota razoável e uma chance a mais. Sempre uma chance a mais.
              Eu, do meu lado, fico ansioso para que todos se saiam bem. Gostaria de ter mais tempo, de ser pago pelo dia inteiro, e de poder elaborar projetos, trabalhos e desafios verdadeiros. E não apenas exercícios e problemas descolados da realidade... 
              O caos espreita, me xinga. Eu ignoro-o, como o vento.