#Parte_01
Uma causa real?
Uma das maiores objeções que tenho contra as religiões em geral, é
a sua pseudo salvação redentora. E especialmente porque ela se dá somente após
a morte do indivíduo.
Esse mês no quarteirão aonde moro 3 novas igrejas abriram as
portas. Não sei ao certo o nome de cada uma delas, pelo visto não fazem parte de
nenhuma "grande rede" da fé. Me parece muito mais um imenso esforço
de alguns poucos "dissidentes" para montar o seu próprio "estabelecimento".
E digo isso porque ficou visível, dia a dia, passando pela frente, que essas
igrejas dependem de uma colaboração comunitária de uma série de devotos,
simpatizantes e agregados. Um trabalho extenuante para conseguirem divulgar o
que acreditam, conquistar mais adeptos e "crescer" e
"crescer" tal qual as irmãs poderosas em rede nacional.
Para cada igreja na periferia, há um bar bem ao seu lado. A
convivência harmoniosa entre ambos é surpreendente. Bêbados, crentes e
crianças [presentes nos dois ambientes] é rotina quase cômica. A energia despendida
num e noutro lugar sempre me chamou a atenção. Parece que o ser humano precisa
mesmo esquecer os seus problemas e pensar que depois, apenas depois, tudo
estará melhor. E tanto igrejas quanto bares são especialistas nesse abnegado
"serviço".
Eu, que não frequento nem bar e nem igrejas, mas frequento
escolas e observo todos os dias onde estão os problemas e as soluções de uma
sociedade doente, não me canso de lamentar e perguntar-me a cada instante:
e se todos dedicássemos toda essa monumental energia exclusivamente para melhorar o mundo em que vivemos?
E se fizéssemos isso agora, não para a "outra vida", e trabalhássemos por
uma sociedade justa, equivalente e honesta? Imaginem o quanto não ganharíamos!
Igrejas vivem 100% de doações, e sabemos que bilhões de reais
circulam em seus cofres todos os anos. Em bares há o mesmo circular financeiro gigantesco - a diferença é que bares pagam taxas e impostos desde a sua fonte.
O comércio de bebidas e fé somente cresce a cada dia, e o efeito disso - na religião e no boteco - é somente alienação, postergação da solução dos problemas reais, sem contudo haver qualquer garantia de uma paz verdadeira no pós vida ou no pós ressaca chegar.
Etretanto, em escolas, é difícil conseguir que os pais dediquem 1% dessa mesma energia gasta e participem da vida estudantil dos próprios filhos, que auxiliem-nos na sua formação, que ajudem a consertar uma porta, uma parede pichada ou mesmo a manutenção de um ventilador. A escola, segundo essa mesma sociedade, não possui tal importância que as igrejas e os botecos possuem.
O comércio de bebidas e fé somente cresce a cada dia, e o efeito disso - na religião e no boteco - é somente alienação, postergação da solução dos problemas reais, sem contudo haver qualquer garantia de uma paz verdadeira no pós vida ou no pós ressaca chegar.
Etretanto, em escolas, é difícil conseguir que os pais dediquem 1% dessa mesma energia gasta e participem da vida estudantil dos próprios filhos, que auxiliem-nos na sua formação, que ajudem a consertar uma porta, uma parede pichada ou mesmo a manutenção de um ventilador. A escola, segundo essa mesma sociedade, não possui tal importância que as igrejas e os botecos possuem.
Não é raro, por exemplo, passar frente a um bar as oito da manhã
e vê-lo ocupado por seus frequentadores. Com igrejas o mesmo ocorre. E na
escola? Quem se importa com ela? Quem se importa com o nosso avanço científico,
tecnológico e social? Quem, se não nós mesmos, os pobres diabos bêbados com diploma de licenciatura debaixo do braço?
Continua...
[*] (Estimativa dos Correios é ainda maior: quase 40 igrejas abertas todos os dias no país inteiro)
[*] Fonte: Gospel Prime
[*] (Estimativa dos Correios é ainda maior: quase 40 igrejas abertas todos os dias no país inteiro)
[*] Fonte: Gospel Prime
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