segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Calmaria?

Aqui, até o mais tranquilo 
dos homens se exaspera...
          Hoje, uma vez mais, pude observar o quanto esse trabalho pode acabar com uma pessoa. Colegas professores que até então considerava como calmos e pacíficos, perderam também o pouco de paciência e [quem sabe] o restinho de esperança. A coisa tá feia...
          Só uma coisa me vem à mente: somos os principais culpados por tantos problemas. Somos os algozes e as vítimas desse sistema perverso de desorganização-desestrutura-desfoco. Ninguém chora pela escola pública. O discurso de que a educação de qualidade é prioridade continua no discurso há décadas e, nós, profissionais disto tudo, perecemos a cada dia por não reorganizarmos nossa agenda.
          Sou completamente apaixonado pelo que faço, mas não me importaria com um salário um pouquinho maior [só um pouquinho!]  e uma infraestrutura mais adequada por tudo o que somos cobrados e por tudo o que a sociedade espera de nós...
          Caos, hoje é só segunda feira... vai com calma.




domingo, 30 de agosto de 2015

sábado, 29 de agosto de 2015

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Inexplicável

[Parte 5]

Quem paga 
pela nossa falta de ordem...?

             Porque todos devem estudar as mesmas coisas? Porque todas as crianças e jovens do país devem estudar o mesmo currículo padronizado e pasteurizado? Porque, caralhos, todo mundo tem que aprender as mesmas coisas na educação básica?
            Tenho centenas de alunos e, a imensa maioria pouco se importa ou se interessa com o conteúdo que lhes ofereço. E a minoria interessada [que já daria algumas dezenas, aliás] perde-se no meio da bagunça, indisciplina e superlotação das salas atuais de aula. Eu os perco completamente, já que é impossível lhes dar uma atenção especial e acelerar suas potencialidades. 
            Em resumo: perdemos todos os anos milhares de possíveis engenheiros, cientistas, escritores, artistas etc., porque todos são colocados desde muito cedo na vala comum de uma sala comum, de uma aula e escolas comuns, como se fossem basicamente todos iguais. Mas não são. E o resultado? Desordem e falta de interesse pela escola, pelo conhecimento e por qualquer coisa lá dentro...
               Caos, por que você odeia a Matemática?







quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Inexplicável

[Parte 4]

Quem paga 
pela nossa falta de ordem...?
          Sou contra a escola obrigatória. Pronto. Falei.
          Tornei-me ateu justamente porque amor não se impõe e, na possibilidade de você me dizer que eu devo ama-lo acima de todas as coisas, imediatamente a repulsa me toma. Que dirás, então, dizer que eu devo estudar, obrigatoriamente, por longos 12 anos?
         Aí, sabe o que acontece? Obriga-se crianças e jovens a "frequentar" o ambiente escolar e... adivinha? Caos! Ninguém esta lá por vontade própria. Ninguém deseja verdadeiramente saber como funciona o núcleo de uma célula, as moléculas da água, equações pitagóricas ou análises gramaticais de sintaxe e morfológica... E dizer que "estudar é importante" para o futuro nem adianta. Talvez funcionasse com a nossa geração, ou com os nossos pais e avós. Talvez.
         Sou a favor da livre escolha. Do jovem que "procura" a escola por razões próprias. Por ser bom em artes, esportes, música , redação ou matemática. Isso sim seria uma escola por escolha. O resto, como esta, é puro caos...
               Caos, por que você odeia tanto os professores?





quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Inexplicável

[Parte 3]

Quem paga 
pela nossa falta de ordem...?
            Hoje, um pequena aula particular. Ocorreu que mais de 90% dos alunos resolveram faltar a aula hoje e, com apenas meia dúzia de estudantes, me vi novamente realizando meus experimentos profissionais de observação escolar: a escola é chata porque ninguém quer estudar ou ninguém quer estudar porque a escola é chata?
            Meus resultados inciais: com poucos e interessados alunos a aula fui, o conteúdo é estudado até o último segundo sem queixas, reclamações e/ou indisciplina. As lições de casa se tornam possíveis e reais, e o conhecimento [tão raro, especialmente em escolas públicas de periferia] aflora verdadeiramente. 
           Conclusão? De que uma educação pública de qualidade é, sim, perfeitamente possível e factível. Mesmo com as extremas carências e as dificuldades que enfrentamos diariamente. Precisamos, urgentemente, nos livrarmos do que atrapalha, do que não serve, e encontrar uma solução para jovens que não se interessam pela escola, pelo conhecimento escolar e pelo respeito a si mesmo.
               Caos, por que você odeia tanto o conhecimento?





terça-feira, 25 de agosto de 2015

Inexplicável

[Parte 2]

Quem paga 
pela nossa falta de ordem...?

            Algumas das frases que mais ouço de professores e profissionais da educação, dentro da escola pública, são "não adianta insistir", "não vai mudar nunca"... Estranho, mas eu entendo.
                Estamos cansados, desanimados e indiferentes. Temos motivos para tanto, eu sei. Mas o resultado disso é o caos. E o caos, sempre se volta sobre nossas cabeças.
               Escolas públicas há décadas não são centro de conhecimento, especialmente no extremo da periferia. Eu, como parte integrante desse "processo", sinto-me constrangido por nada ou muito pouco conseguir fazer. Uma pena. 
             O caos acompanha-me. E eu não consigo me libertar.
               Caos, por que você odeia tanto a escola?




segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Inexplicável

[Parte 1]

Quem paga 
pela nossa falta de ordem...?
                Hoje, como nos últimos tempos, meu olhar estupefato se depara com o caos em sua forma prima, pura, ao vivo.
            É inacreditável que escolas públicas sejam tão desorganizadas. Que instituições formadas por dezenas de profissionais qualificados não consigam, efetivamente, produzir um melhor ambiente de trabalho.
             Durante todo o dia, por todas as aulas, sou afrontado por todo tipo de problemas indissolúveis [a maioria deles muito simples] como a falta de interesse da maioria dos alunos pelos estudos, o ruído avassalador nos corredores, a indisciplina, a falta de materiais [como uma máquina de xerox, papel, etc.] além da absoluta e inexplicável alienação coletiva na qual vivemos. Onde professores, funcionários e alunos são vítimas e protagonistas... Enfim, uma intensa tristeza profissional.
                       Caos, por que você não gosta de estudar?






domingo, 23 de agosto de 2015

sábado, 22 de agosto de 2015

Hoje não tem aula!

Experimente, nos dias de hoje,  
ficar sentado 5 horas por dia, 
durante 12 anos seguidos...   *
.              Outra ideia [que não é nenhuma novidade, é claro] é a total desconstrução e, por vezes, adaptação curricular dentro das aulas.
.               Exemplo: quando um professor tira seus alunos de dentro da sala de aula e conduz uma aula expositiva [pode sr mesmo no estacionamento ou no próprio pátio da escola] ambos saem de sua zona de conforto e, possivelmente, novas formas e soluções de desenvolvimento da aula surgem. Para uns, uma utopia, mas, na prática, é possível sim coletar alguns resultados positivos. Especialmente o da colaboração.
.             Alunos de escolas públicas, especialmente de periferias extremas, costumam nem esperar esse tipo de ação do professor e, quando ocorre, novas e interessantes ideias podem surgir. 


[* Texto originalmente escrito para o curo de formação de professores do Estado e São Paulo.]

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Hoje

Enfim, sexta...

        Aí chega finalmente o último dia da semana e, na sala dos professores, ouço algumas lamentações que prosseguem. Eu aproveito a situação. Tive algumas conversas com colegas acerca da nossa falta de organização, das necessidades mais importantes etc. Por um instante, num dia, há esperança novamente. 
        É possível melhorar a qualidade da educação pública? Claro é. Contudo, é preciso profissionais que realmente entendam quais os nossos problemas, nossos pontos fracos e quais as saídas possíveis. E não me refiro ao lamento eterno contra o Estado, contra o partido político X ou Y, como sempre fazemos. Falo de arregaçar as mangas e, de fato, encontrar caminhos para a melhoria dos trabalhos dentro de uma escola pública. E para o nosso bem, também. Independente de direção, governo ou chefias...
                  Caos, amanhã não tem aula.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Agosto, ainda

No fundo, é como se 
ninguém realmente se importasse...
           Olho, à minha volta e vejo pouco compromisso. Alunos, professores, direção e sociedade em geral. É difícil encontrar alguém que se importe com a escola pública. A falta de organização e a não otimização de tempo de trabalho é brutal, excruciante. Vejo por todos os lados formiguinhas realizando trabalhos que não se completam, não colaborativo... É um verdadeiro caos. Mais, tarde, quando o "turno" acaba, vejo colegas de profissão cansados, desanimados e irritados. Não há glória em seu trabalho, não há orgulho sobre o que realizam. Tudo é dificultoso extremo. Somos infelizes em quase todos os dias...
             Caos. Você é feliz na sua profissão?






quarta-feira, 19 de agosto de 2015

O.T. - Orientação Técnica

Uma boa surpresa...

          Hoje, treinamento junto a equipe de formação de professores de matemática para a Jornada da Matemática. Uma boa surpresa, felizmente. Esses "treinamentos", em geral, são massantes e pouco produtivos. Mas, desta vez, pareceu-me que a equipe de professores sabia realmente do que estava falando. Não apenas por tratar-se de profissionais qualificados também em matemática, mas porque conheciam nossa realidade, nossas limitiações e, especialmente, quais podiam ser as nossas metas "reais".
          Uma agradável surpresa ser "treinado" por quem gosta do que faz. Dá pra notar isso de longe.
          A parte ruim? Como sempre: nós, os professores. Enquanto estávamos sentados nos lugares dos alunos, fazendo as vezes de estudantes, ouvi e revi mais uma vez os resmungos, as queixas infrutíferas e o interminável muro das lamentações aonde cada professor se acha no direito de tomar a palavra para chorar, reclamar e queixar-se do sol, da chuva ou da Lua. 
      Uma pena que sejamos incapazes, estúpidos e limitados, de aproveitar oportunidades raras de treinamento, aprendizagem e absorção de novos paradigmas. Como podemos cobrar e exigir de nossos alunos coerência, dedicação e aplicação nos estudos, quando nós mesmos [adultos, formados] fazemos justamente o inverso?
          Para mim, tudo é uma droga. E ao mesmo tempo sempre há um fio de crédito e esperança.
                 Caos, você faz cursos de formação regularmente?





terça-feira, 18 de agosto de 2015

Cansado

Desordem, caos. Desordem. Caos.
              Quem paga por, nós professores, sermos tão desorganizados? Quem, além de nós professores, paga pela nossa própria falta de organização? Difícil saber...
               Porque diabos, eu gostaria de saber, cada aluno deve responder a chamada seis vezes por dia, ao longo das seis aulas diárias? Porque professores e escola não conseguem otimizar o próprio tempo, não são capazes de coordenar melhorias simples e, por exemplo, realizar apenas uma chamada ao dia? Essas e muitas outras questões me incomodam bastante. Questões, aliás, muito mais complexas e de extrema importância para a solução de inúmeros problemas que emperram o nosso trabalho, nossa maior qualificação, e a qualidade da educaçao pública efetivamente.
                   Caos, porque você é tão estúpido?




segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Somos iguais?

Porque devemos tratar TODOS como iguais?

                 Hoje, enquanto tirava as dúvidas da maioria dos alunos em sala de aula, novamente deparei-me com os obstáculos da "igualdade" [ou, no caso, da falte de].
                 Somos realmente iguais? Porque colocamos jovens numa mesma sala de aula apenas pela sua idade em comum? Porque não encontramos outro "atributo", outro ponto em comum, como a nível e capacidade de conhecimento [para dar um exemplo]? 
                  Sim, sim, sim... No fundo nós todos sabemos que isso daria muito trabalho. E mais trabalho, e mais planejamento e organização, não é exatamente o que o Estado quer [bem como muitos professores, igualmente].
              Quem perde com isso? O país inteiro! Todos nós. O conhecimento!
               E mais: os alunos com "maior capacidade" de evolução e avanço escolar sofrem, ancorados, enquanto professores perdem-se ensinando Teorema de Pitágoras e simplórias somas e subtrações numa mesma aula, numa mesma sala, com apenas alguns minutos por dia...
               Caos, qual é o quadrado da hipotenusa?





domingo, 16 de agosto de 2015

sábado, 15 de agosto de 2015

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Amores distantes

Incrível é o quanto um professor pode observar sobre o ser humano

               Hoje, no meio de uma aula, notei o sorriso de uma aluna para outro menino. Ele, alheio, pouco entendia o que se passava. Ela, enternecida, parrecia querer dele uma mínima atenção... Incrível como um mero professor pode observar as manifestações humanas desabrochando desde muito cedo...
         Caos, você já se apaixonou?





quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Mortificado

Pequenos avanços, grandes esperanças...

                Ensinar geometria para uma comunidade que pouco entende os cálculos mínimos é um baita desafio. Pequenas vitórias trazem ao dia uma alegria gigantesca...
                Caos, o que é ângulo reto?




quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Agora

Iniciamos o curso de formação de professores 






terça-feira, 11 de agosto de 2015

Culpa? Eu não..!

Digam um olá!
 para o recalque...

               Eu aqui já disse, diversas vezes, que considero professores e pais de alunos tão culpados quanto os dois lados de uma mesma guerra. Não importam os motivos para a guerra, disse Roberto Carlos numa canção em 1971, a paz ainda é mais importante
              Somos, sim, responsáveis por não conseguirmos unidade [essa palavra infelizmente tão banalizada pelos sindicatos]. E, por não nos organizarmos melhor, perdemos excelentes oportunidades de avanço e melhorias ao nosso próprio trabalho. Somos, sim, desleixados com os nossos direitos e nossas obrigações. 
            Quando temos tempo e, quando podemos agir positivamente, omitimo-nos, e deixamos que outros falem por nós, ajam por nós. Somos o problema e o princípio da solução. E por isso eu meu decepciono tanto conosco...
              Caos, que dia é hoje mesmo?



segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Desespero

O que pode ser pior que um aluno desmotivado?
Um professor demostivado...
          Vejo colegas cansados. Vejo colegas professores caminhando sob o fio da navalha, estressados, desmotivados e sem qualquer direção objetiva...
          É difícil trabalhar assim. É difícil encontrar qualquer motivação dessa maneira... No fundo, em muitos não há alegria em trabalhar. Não há paz. Nem prazer.
          Caos, você esta fazendo um ótimo trabalho!









domingo, 9 de agosto de 2015

sábado, 8 de agosto de 2015

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

RPM

Reunião de pais e mestres

Uma pura demonstração de amor sincero...






quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Somos culpados

Nós, professores, 
somos os culpados...

               Culpamos o Estado, os sindicatos e a direção escolar, os pais ineptos, a família ausente, mas nós professores também somos culpados por boa parte da ineficiência e baixa qualidade da escola pública.
               Somos omissos. Somos desorganizados. E abdicamos da nossa obrigação e importância dentro do cenário da educação. Somos nós, sim, o início, o meio e o fim da solução. Se nada fizermos, ninguém o fará.
              Caos, you win!





quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Surdez social...

Quem ganha com a desordem?
               Hoje, como ontem e em todos os dias, caos, desordem e muita bagunça. Quem ganha eu não sei. Eu sei quem perde, e muito. [Todos nós].
               A escola, por ser pública e democrática, perde-se muito em meandros infinitos. Professores entendem-se pouco quanto às verdadeiras prioridades, e nisso os estudantes são especialistas: em notar a falta de ordem, de regras e de uma autoridade consistente no dia a dia...
               Eu, do meu quadrado, observo inquieto o que posso fazer [com os poucos que me concordam] mas a luta é desigual e por demais cansativa...
               Caos, começamos o semestre mal...


terça-feira, 4 de agosto de 2015

Segundo dia...

Não há sossego no paraíso 
                  A melhor parte da responsabilidade de ser professor é a possibilidade de fazer a diferença. Seja ela qual for. Essa diferença é sutil, por vezes imperceptível. Mas ela esta lá. E eu a vejo, às vezes, como no dia de hoje, feito uma luz solitária brotando da escuridão... 
                   Esse sim é um momento mágico.
                  Caos, hoje você não fez a diferença.



É hoje...


domingo, 2 de agosto de 2015

Hoje não tem aula [edição férias]

Um domingo de descanso, antes do recomeço das aulas.





sábado, 1 de agosto de 2015