Outro passo muito importante já na primeira semana é o diagnóstico de cada cada sala, de cada aluno [se possível].
Compreender o que eles NÃO SABEM é tão importante quanto ter ciência do que sabem. Mas essa não é uma tarefa fácil. Como Estado é extremamente incompetente na gestão escolar, professores "começam do zero" a cada novo ano letivo. A constante mudança no quadro de profissionais impede que professores troquem ideias acerca de determinadas salas, determinados alunos, e cada um tem que se virar como pode. "Detectar" por si mesmo [e com giz e lousa como únicos recursos "tecnológicos"] por onde deve iniciar os trabalhos.
Para mim, que leciono Matemática, pode ser relativamente simples "diagnosticar" os conhecimentos prévios da maioria [que quase sempre são mínimos, de verdade]. Quer seja com um resumo de atividades, ou com uma simples divisão. Tenho adotado essa "técnica" nos últimos anos.
Como proposta inicial, dou uma "avaliação" simples e curta: o objetivo é resolver UMA ÚNICA conta de divisão [com dois números, claro], e os resultados em escolas públicas são sempre aterradores... Cerca de 80% dos alunos de Ensino Médio, no mínimo, não sabem resolver uma conta simples de divisão... [no Ensino Fundamental esse índice varia bastante, de sala para sala, mas parecem-se em muito com os dados do Ensino Médio].
E é daí que eu parto. Esse é um dos meus "diagnósticos". E, sempre com muita franqueza, volto com os resultados aos alunos e esclareço o gigantesco problema que temos...
- Como poderei ensinar-lhes [determinado] conteúdo da matemática - eu lhes digo - se a imensa maioria dos alunos daquela sala desconhecem como resolver uma divisão simples?
O resto, a partir daí, é contar com a cumplicidade e o orgulho deles. A consciência de que eles já perderam tempo demais na escola sem saberem ao menos o básico. O melhor, vem nos dias seguintes...
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