sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

#Dia 05

Começar do zero...          



                Após os alunos passarem pelo primeiro impacto [o de que eles estão há uma década dentro da escola e sequer conseguem resolver uma divisão simples] cada minuto de todas as aulas seguintes servem exclusivamente para "ensinar" divisão aos alunos. Não importa a série. São necessárias mais de uma aula, às vezes 3 ou além, para conseguir acessar cada estudante com dúvida, receio e até superar eventuais desconfortos causados por esse desconhecimento. A ideia, no fundo, nem é o de "ensinar" divisão propriamente [algo que deveriam ter aprendido desde o primário], mas traze-los para mim, provoca-los e tira-los de sua zona de conforto. De quebra, ainda aprendem divisão também, é claro. Mas eu os quero ao meu lado, e quero que me vejam como alguém em quem podem confiar.
               Estudantes de escolas públicas habituaram-se há décadas a "frequentar" as salas de aulas como meros expectadores. São como uma plateia num teatro onde o professor é um artista decadente e desinteressante. Uma pena que seja assim. E uma tarefa quase inexcrutável é reverter esses estigmas.
               Por isso, sempre que posso, opto por lecionar para os pequenos da 5.ª série [atual 6.º ano]. Estes vêm sempre como "menos vícios" e preguiça, e em geral são muito mais dedicados e abertos às novas experiências e descobertas. O alunos mais velhos são mal educados, mal acostumados e completamente desinteressados,salvo raríssimas exceções. Sei que se puder fazer um excelente trabalho com os pequeninos da 5.ª série [especialmente numa disciplina tão odiada quanto Matemática] os resultados futuros serão mais animadores que estes de hoje.
           



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